terça-feira, 8 de maio de 2012

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Já tem tentado escrever ao som da música, tal qual faz outras coisas onde se deixa levar, como disse por aqui, num qualquer dia que já passou. Não deve, e então estanca. Não ouve melodias vãs, inunda-se de acordes perfeitos, sons que a percorrem por dentro e a deixam num estado de iminente fragilidade, capaz de deixar transparecer o latente da alma, coisa pouca para vós, carga imensa para ela que a sente. A deixar-se escrever ao que ouve, a permitir-se que lhe escorram dos dedos os sentires que crava no corpo, a cada dia, e cada vez mais fundo, e por certo atingiria a gente que ousaria ler-lhe as palavras, que transbordariam dor, amor, sentido e sofrimento, numa amálgama grandiosa, que só o é pela vicissitude. Não deseja a ninguém tamanha crueldade, pelo que guarda quase tudo para si. Deixa-se transparecer devagarinho, em pequenos nadas diante do que a compõe, apenas para que não atafulhe o corpo e o espírito de matéria podre, que a mataria aos poucos, por dentro e por fora, aos olhos de toda a gente.

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