Cresces, pois claro que sim. Chego, numa ignorância ingénua, a achar que é só por fora. Como se nesta vida, os crescimentos não fossem lineares, ou quase, quase lá, que às vezes, em situações singulares, não acontece. Olho-te de perto, e nem sempre sei o que pensas. Com uma história encantada, daquelas de contos de fadas, vou-te ensinando o caminho, amparando-te as quedas que possam surgir. Apago daqui, acrescento dacolá, numa dedicação extrema de cuidado profundo. Que impele e auxilia ao mesmo tempo, num equilíbrio que tento e consigo, na maioria das vezes. Mas ainda me surpreendes, por ingenuidade a minha, que pareço não te ver crescer. A idade dos porquês deixa-te de mansinho e agora constatas, já sem perguntas. Subimos um patamar, e o cuidado que tenho em te proteger diminui, sob pena de ser descoberta e de me julgares enganadoura, desgraça terrível seria essa, que coisa que me perturba, é a desilusão e nunca quereria que a sentisses comigo. Encontro-me em busca. Do caminho a seguir nesta encruzilhada tamanha que me assalta o espírito e me deixa à deriva. Também, de resto, talvez nem seja precisa tamanha aflição, que já pouco precisas que te explique, dado que chegas por ti. Temo que a protecção dada tenha sido em excesso, que me encontro longe da perfeição, embora às vezes a queira muito. E que em momentos, tenhas apreendido nas minhas histórias de encantar, tudo quanto te quis esconder, ou melhor, não revelar, e já me julgues traidora da tua doce confiança.
Um dia, estarei cá para te explicar. Ou talvez nem seja preciso, se vieres a ser pai, com o mesmo amor com que sou mãe.
(Suspiro)
ResponderEliminarEscreveste e tão bem o que me faz muitas vezes encher o peito de ar e ficar com a sensação que o ar me falta...o medo...a ansiedade...de não desempenhar bem o meu papel de mãe...
(Suspiro)
bjs
Clap! Clap! Clap! Ganda mãe, ganda mulher. Perdão, jovem :)
ResponderEliminar:)
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