segunda-feira, 28 de junho de 2010

Do Amor (Garcia Marquez diria ainda e de outros demónios)

MEC o diz, e eu acredito nele, que ele tem umas luzes da coisa, parece-me a mim. Aparece assim sem ser procurado, que estas coisas não se procuram. Acende-se, sem chama haver, alastra bem nas entranhas, insinua-se, e quase (quase) nos prende. Cerca-nos num mundo idílico, onde as cores mudam, onde todos sorriem, onde a sintonia é perfeita. Nós, como humanos que somos, fazemos-nos, adaptamos-nos, que a adaptação ao que é bom acontece quase à nossa revelia, eu pelo menos assim sou. Adapto-me num instante às férias, é que nem dou por isso e já estou adaptada, e nestas coisas do amor e do bem bom, também sou assim, que triste sina a minha e de quem como eu for. Mas adiante. Faz-nos crer que o Mundo é um sítio que até é bom para se viver, porque tudo corre assim, de feição, porque o nosso coração transborda de uma alegria contagiante, que até enerva quem nos rodeia e que por obra do acaso, do azar ou outra que tal, não se encontra no estado de graça perfeito. No tal, do enamoramento (gosto desta palavra, lembra-me Amores de Perdição e essas obras assim de amores até à morte). Cantamos músicas ridículas, escolhemos uma que nos lembre quem tanto queremos, porque a partilhamos num qualquer momento muito in love, ou só porque sim, e vibramos ao ouvi-la. Suspiramos com o cheiro do perfume, mesmo que ele passe em rasto, vindo directamente do pescoço de um qualquer desconhecido, que isso não importa. Importa que nos transporta, que as viagens internas são o primeiro móbil das gentes. Reconhecemos os passos, o som do carro, da mota, do que for que nos traga aquela alma que nos preenche, que nos tira do nada, e que nos faz crescer. E fazemos caras de parvos, às vezes. Muitas vezes. Pena só tenho porque me tira a mim de mim mesma. Porque me fragiliza e eu não gosto nada disso, embora goste do resto quase (quase) todo. Porque para mim e para os poucos que me ouvem, armo-me em heroína, que gosto disso, e passo o discurso da grande. Da que vence, da que ultrapassa tudo, da que não perde a clareza, a razão e essa treta toda, como se isso fosse possível, quando se ama alguém. Depois das conversas, passo um tempo considerável a pensar, quem estou eu a tentar convencer, que poderá até ser a mim, com esta meia dúzia de tréguas descabidas que não enganam ninguém, porque o amor é o tal que é f.....
(Um dia, ainda hei-de conseguir escreve-la. Ou então não, que sou uma menina de bem, embora às vezes nem pareça muito).

3 comentários:

  1. Como habitual, vergo-me às tuas palavras :)

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  2. :) Sorrisos, como habitual, também...

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  3. :)
    :)
    :)
    Mil e um sorrisos, porque este post me deliciou, me fez sorrir e me fez olhar par dentro e fazer umas quantas questões a mim própria.
    :)

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