terça-feira, 15 de junho de 2010

Forças

Lembro-me daquela paixão que tinhas por futebol, pelo Sporting e por mim. Mantens todas, é o que dizes, e é o que sinto, com pena minha. As paixões devem manter-se se nos derem motivos para isso, se não, o melhor, é substitui-las, por uma qualquer outra, que pode nem ser melhor nem pior, mas que será diferente, facto suficiente por si só. Sei que por esta hora vibras com o nosso Portugal como ninguém, e eu, ao olhar de relance, num patriotismo real, mas discreto, lembro-me de ti e da tua desgraça. Pode soar a forte e a drama a palavra desgraça, mas eu por cá, utilizo-a quando me apetece, e quando acho que o caso não é para menos. Não me perturbam palavras fortes, mas pode chegar a perturbar-me a ausência delas, quando são devidas. A tua desgraça é uma desgraça estranha, que emana, exala de ti com um poder tremendo, contra o qual nada podes, que de resto, na tua beira, tudo parece forte, por fraco que seja. Como se a carga fosse tal, que te transpirasse dos poros. Não gosto destas desgraças que se ostentam a si mesmas. Sou orgulhosa, eu sei.
Na minha existência, escolhi um caminho, onde me meto a pedido, aqui e acolá. Onde oriento, onde ajudo, onde encaminho, ou tento fazer isso tudo. Deve ter sido algo divino que me empurrou para aqui, a bem da consciencialização das minhas reais limitações, não fosse eu julgar-me poderosa, em algum momento da minha existência. Tamanha soberba seria a minha. Nesta vida malvada, podemos muito e antagónicamente não podemos nada. Podemos às vezes ao longe, o que não podemos ao perto. E o pior, é que não podemos mesmo.

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