sábado, 19 de junho de 2010

Mestre

No baile da paróquia, quase que desfaleci de tanta dança. De vestido às bolas, que já vos disse que me rejuvenesce, e de sandália de meio metro, consegui o objectivo de não cair para o lado antes do fim da festa. Esta coisa de partilhar experiências de arraial com moças e moços de outrora tem os seus quês de científico. O braço da dança é o direito, mas não se estica, fica situado entre os dois pares, firme e hirto. O passo é certo e ritmado, e nada de grandes abanicos ou toques pretenciosos. À volta, come-se sardinha, mira-se o ambiente, passa-se uma tarde de baile. Fico sempre com a sensação, ao ver as outras mulheres de trinta, que trazem o marido pelo braço, ou que o deixaram em casa ou no café da aldeia, que estes momentos de pequena festa são o apogeu dos seus dias. Venho-me embora e não posso com os pés. Pego num livro de Saramago, e antes, vim até aqui escrevinhar qualquer coisa. Se calhar, deveria ter feito o inverso, que os Mestres, sempre nos ensinam algo, mesmo depois da partida. Faço tudo ao contrário na minha vida. Um dia ainda acerto.

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