quinta-feira, 17 de junho de 2010

Tempos

Entre mesinhas e aconchegos, a noite já foi. Bem lá no meio, o som que me embala soa, e o meu sossego acentua-se, que bem precisava. Ainda assim, o sono foi meio ao de leve. A vida em caixotes acentua a partilha de existências, como se de um uno se tratasse. Necessito, só porque sim, de saber quando o vizinho de cima toma banho, quando chega o do lado, e quando acorda a neta da de baixo, que de quanto em vez, lá pernoita, sempre com a minha benção, claro. Nesses dias, a avó fica até tarde, e costura à máquina de forma metódica e tranquila. Embala-me esse som, que me reporta a tempos de outrora. Gosto sempre de me reportar, mas quando alguma preocupação me assalta o espírito, ainda gosto mais. Fico com a sensação de regresso, para aqueles tempos em que as minhas preocupações eram a escola, o recreio, o baloiço e a bicicleta.

2 comentários:

  1. Engraçado que, ontem, em dia de folga, a olhar o mar, pensei nisso mesmo - na infância, a nossa informação, preocupações, prazeres, referências, são poucas, mas suficientes e puras. Por isso, as saudades :-)

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