terça-feira, 30 de junho de 2009

Do regresso à Escola...


Desde há uma semana para cá, quinze dias vá, para não exagerar, soube de três casos de matrimónios ou relações desfeitas, de pessoas, que decidiram agora, já em adultas, cultivarem-se, e tirarem o RVCC, um Curso EFA, ou por aí fora, e por lá encontraram um novo amor. Ora cá para mim, isto tem uma carga de situações associadas, que não devemos descurar. Primeiro, que o pessoal anda por aí, certinho e direitinho, porque tem portas fechadas. Mal se abre uma nesga, é -los prai a saltitar para fora do cerco ( ou urinar fora do penico, eheh, gosto desta), como se não houvesse amanha.
Ele é Senhoras que por hábito andam por aí de batita ás flores e chinelita de gosto duvidoso, aprumadas até mais não ( ás vezes num estilo um bocadito a dar para o bimbo, mas vá lá, agente perdoa; é falta de hábito, e elas estão agora no início das lides); ele é senhores que normalmente só povoavam o cafézito da esquinola, e agora se armam de pastita, e se olham ao espelho e pensam olha, afinal até pareço um homenzinho; vamos mas é tirar partido disto...
Ele é Mulheres e Homens, numa harmoniosa cavaqueira, onde o lugar comum é a vontade de evoluir ( daí estarem ali), de percorrerem outras estradas, estradas essa, não raras vezes, condenadas pelos companheiros da vida ( que parece que adivinham que estão em risco de ser valentemente abandonados/as). E é vê-los em convívio saudável, a Mulher da chinelita, e o Homem da pastita, num joguinho de charme irresistível, onde sobressaem sorrisos patetas de quem, finalmente, encontrou algo de interessante na vida. E vai mais uma aulinha, e vai mais uma pausa para o cafézito, e vai um jantarito, e vão mais uma série de coisitas dignas de referência, mas não aqui, no meu Blog, muito do sério, pois então...
E andam por aí de boca cheia, com discursos do tipo, vai mas é estudar de noite; olha eu ando lá, e é do melhor que pode haver... Pois não, não há-de ser... Ver-se livre da "praga" que se tem em casa, e descobrir que há vida em Markl, e arredores, é do mais rico que pode existir...
Ora vem o nosso querido Estado, cheio de boas intenções, numa ( das poucas) política de educação, dar cultura, e a malta, cansada de pasmo, abre os olhos para a vida, saca das talas de burro, alarga horizontes, e inicia novas experimentações, sensações e sentimentos que até então desconhecia. São todos uns aproveitadores, é o que é. E o Estado, esse, nem pensou bem no que iria fazer com esta abertura de portas, que mais não são do que os caminhos mascarados do pecado.

Pronto, agora vou falar a sério... Preocupa-me um pouco a análise sociológica que faço do caso. Principalmente na faixa etária dos 30, 40 anos, encontram-se pessoas com uma experiência de vida limitada. Por diversas circunstâncias e vicissitudes. Isto traduz-se nesta situação que caricaturei, mas que não deixa de ser real e preocupante se levarmos a análise a fundo. São sentimentos novos, novas oportunidades ( este nome se calhar afinal, até nem foi coincidência), e abertura de horizontes de pessoas que os tinha fechados. Demasiado fechados.
Agora descobrem e conhecem novas pessoas, num ambiente propício a novidade e evolução, e como a ausência de vivências é significativa, aparece o encanto. Porque ainda não se tinha experimentado. E é fácil, nestas circunstâncias ficar encantado...
A política do Estado é sem dúvida favorável, bem como toda esta abertura, obviamente.
Resta no entanto esperar, que se invista um pouco mais na Educação e nos percursos de vida, para daqui a uns anos não existir por aí esta ignorância de sentimentos, expectativas e afins.
Para que deixe de ser necessário chegar aos trinta, e só aí acordar para a vida, e descobrir tudo o que ela tem para oferecer... Se é que me faço entender...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Eu consigo, eu consigo...


E é também nestes dias, que a minha gula desperta significativamente. Quem por aqui passa, já se apercebeu decerto que tenho um sério problema com a dita. Sou gulosa, não escondo, pertenço a uma família de gente comilona, também já sabem. Mas já se aperceberam também, que tento ter o cuidado necessário a não ceder a caprichos, em nome da linha, e porque as mulheres têm de ser magras, e lindas e maravilhosas, e patati, patatá ( obviamente com excepções, não sou escrava de nada, portanto, também não vou ser da linha), pelo que travo sérias lutas, com esse pecadito (gula), dito mortal.

Hoje, logo pela manha, e na minha saga de abrir a pastana, tomo o meu cafézito, e inicio umas comichões, dignas de referência, nas minhas pupilas gustativas. É que em plena provocação, está um pastel de nata ( já devo ter falado neles por aqui, tal a fixação), que me olha languidamente, como que a querer dizer, não me resistes, não me resistes... Eu, do alto da minha determinação, não me dou por vencida, e luto, afincadamente com o malandro do pastel. Os meus sentidos despertam, assim, qual fénix renascida das cinzas, e entram na luta contra mim, assim, qual cão que não conhece o dono. Os meus olhos, teimam em olhar o pastel ( que nem sequer é muito bonito. Não me percebo, não me percebo...), o meu olfacto, inala o cheirinho, não só do pastel, mas de todas as mil delicias que povoam aquele antro de pecado, que recentemente, se resolveu postar, muito pertinho do meu habitáculo. Isto não se admite. O meu paladar, por sua vez, não sente o gosto ( só porque não lhe permito) mas quase; nos entretantos, já salivo, assim, tipo cão... Não o oiço, é um facto, mas oiço o meu id, a gritar desalmadamente, come-o, come-o...
O que me valeu foi o meu ego, e o meu super ego, um cadinho mais comedidos, e conscientes da realidade, que não me deixaram cometer tamanha loucura logo pela manhã. Há, e a nova publicidade de uma conhecida marca de gelados, que me fez sabedora de que, um aparentemente inofensivo pastel de nata ( isto deve ter a ver com o tamanho. Achamos que é pequeno, logo, não tem mal, mas tem, e muito), pode chegar a ter 220 calorias ( E foi a partir daí, que eu, que já adorava pastel, passei a venerar...). Pasmem-se, meninas, pasmem-se!!!
Bem sei, que o dia não parece ter melhoras; até ao final, ainda devo ter agendadas umas 300 batalhas destas, com a minha gula. Acho que vou tentar negociar com ela, e contentar-me com um mais inofensivo Pãozinho de Deus ( bem, digo eu inofensivo. Eu também acreditava na candura do pastel). Também não é mauzito...
Mas estou zangada. Tenho vontade de processar a marca que me consciencializou para o verdadeiro perigo do pastel de nata. Eu até nem sou muito da ignorância. Mas aqui, até me ficava benzinho... Era, não era???

Moro, num País tropical...


Os meus momentos de neurose absoluta, dão-se normalmente pela manha. Eu, que nem atiro lá muito para o dorminhoca, e que, por norma, considero dormir muito um granda desperdício, deparo-me com alturas em que só me apetece mesmo é ficar estendida na cama até mais não poder. Ainda por cima, numa altura em que o tempo anda assim mais ou menos sem saber para que lado pender; ora chove, ora faz sol, ora encobre, ora descobre, mas sempre, sempre com um arzinho pesado e um calor húmido...
Hoje, o meu espírito canta, moro, num país tropical, abençoado por Deus, e que é bonito por natureza, mas que beleza..... Lálalalalalalalalala....
Boa semana para todos... Eu vou ficar praqui a ver se abro a pastana...

domingo, 28 de junho de 2009

Da importância das coisas...


Ontem, jantar de parolas. Óptimo, como sempre, mas com menos uma que se encontra afincadamente a queimar a pestana ( Insiste, insiste; força amiga, tu consegues)... As conversas deambulam como sempre nos mesmos assuntos. Amores, platónicos e reais, desamores, pseudoamores, paixões, sentimentos diversos... A noite prolonga-se um pouco para além do habitual, e hoje acordo cedinho, mas feliz... Uma boa noite, e uma boa manha. Percalço no caminho, e ossos do ofício de quem veste a camisola, tive de passar no local de trabalho.
Fui convocada exactamente no momento em que me preparava para dormir uma sestita ( e das merecidas, acreditem). Logo hoje, depois de noitada, balbucio... Visto o que me vem à mão, e lá vou, a resmungar sozinha, isto e aquilo, patati, patatá, porque é que eu não fui arquitecta, ou advogada, ou política ( isso sim, é que era)...
No meu local de trabalho, encontro uma Senhora, que muito prezo, que visita o pai. Noto imediatamente uma tristeza séria, implicita nos seus olhos. O pai, encontra-se bem, dadas as circunstâncias que a idade e a doença lhe permitem. Ela, por sua vez, também ( fisicamente falando); mas a sua filha, de trinta e muito poucos anos, descobriu recentemente uma doença maligna. Daquelas que fazem tremer o chão, e que tornam o futuro ainda mais incerto do que já é habitualmente... Fico estranha. Vou ouvindo a mãe, uma Senhora com um S muito grande, com uma tristeza do mais profundo que deve existir na vida. Seguro-lhe na mão. Não posso fazer-lhe muito mais. Sinto-me impotente, e triste pela tristeza dela...
E hoje, não me reservo mais o direito, de barafustar por ter sido obrigada, a dar um saltito no meu local de trabalho. Quem me ouvisse à um bocado nos meus devaneios, até era capaz de achar que eu tinha um problema. Mas não tinha, de facto não tinha...

sábado, 27 de junho de 2009

Das escolhas...

Não sou propriamente pessoa de chorar sobre leite derramado; de me arrepender do que faço, ou de me corroer pelo que não fiz. Não deixo no entanto, em algumas alturas da minha vida, de me inquirir de onde estaria neste preciso momento, se tivesse feito diferentes escolhas, seguido outros caminhos. Dada a abrangência de oportunidades que se nos apresentam, temos de consciencializar, de que as hipóteses de não fazermos as melhores opções, são consideráveis, e bastante reais. Hoje, encontro-me assim, numa fase de análise profunda, por um caminho que escolhi. Não que me encontre propriamente arrependida de não ter escolhido outro. Escolhi o que achava melhor na altura, o que eu julgava que me ia fazer mais feliz.
E será que fui feliz na altura? Fui. Será que aprendi muitas coisas? Aprendi, claro. No entanto, esse sentimento de felicidade que me foi proporcionado não teve a abrangência que eu esperava, e foi significativamente menos duradouro.
Mentiria se disse-se, que nunca me arrependi de nada. Arrependi, errei, desiludi-me. Mas também vivi, e também cresci.
Obviamente existem alturas, em que os momentos bons que vivemos se esquecem, e dão lugar tão somente a mágoa, e a recalcamentos. De qualquer forma, é o nosso percurso, a nossa história, a nossa vivência. Ás vezes, costumo dizer em tom de graça que queria voltar atrás no tempo, e ao contrário do que se costuma dizer, não saber o que sei hoje. Porquê? Porque só a intensidade das experiências, a incerteza dos rumos e das escolhas, e a aprendizagem do dia a dia, nos permite experimentar a vida a uma dimensão plena, onde se erra, onde se acerta, onde se chora, onde se ri, mas acima de tudo, onde se vive, e onde se sente... E é nesses sentimentos, que vamos tendo momentos felizes...
Ora, e só a giza de conclusão, para eu ler e reler desenfreadamente, naquela altura da minha vida, foi a escolha que me fez feliz. Acarretou outros sentimentos menos bons, mas serviu para experimentar sensações fantásticas, que vão ser minhas para sempre. O lado lunar? Também existiu, é um facto; mas nada é perfeito...
Perdoem-me o desabafo, mas já sabem que de quando em vez me consulto a mim própria. Hoje precisava de me dizer isto a mim... Vocês não estão a ver, mas agora vou reler cem vezes :) Não vá a minha cabecinha, por vezes já tão fustigadazinha (e ainda por cima em final de semana, sim, porque eu trabalho hoje) , dar-se ao luxo de começar para aqui, com sessões de crises existênciais, devaneios trágicos, ou fixações em pormenores mais infelizes. Era o que mais faltava...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Ser criança...


Hoje é a festa de finalistas do rebento. Marca o final de uma época, o início de outra, enfim, um percurso, é o que é. É sempre com um orgulho do tamanho do universo, que vejo o meu pequeno a fazer as suas habilidades em palco. Cantos, danças, diabruras próprias de quem tem seis anitos. Enfim, um doce para mim.

Têm andado toda a semana a ensaiar, e ontem deixo o rebento a descansar com a avó. Ele queria. Eu não vi mal. À tarde, sou abordada por uma funcionária da escola que me diz em pânico que ele não foi. Eu sei, fui eu que não o levei. Não ensaiou, o último ensaio, diz-me ela em tom de crítica. Quero lá saber, digo eu em tom de quem não quer mesmo saber...

Perdoem-me a franqueza, e com todo o respeito que tenho pelo trabalho de quem os ensaia, aos seis, pouco me importa que salte para a direita, ou para a esquerda, desde que salte; que cante um lá, ou um si, desde que cante...

Visão patética? Respeito, se o acharem. Mas contraponho. Recuso-me, terminantemente, a incutir na cabeça daquele pequeno ser a pressão e o medo de falhar, assim, numa festa da Escola. Tem tanto tempo para essas coisas. Incuto responsabilidades à medida da sua idade; lavar os dentes, as mãos antes da refeição, e por aí fora. Também me importa que se porte bem, que aprenda, que evolua, que ganhe uma personalidade coerente e estruturada. Mas para mim, isso não passa por incutir nervoso miudinho. É só uma festinha. E são especialmente os momentos em que os outros rodam e o nosso salta que mais nos ficam na memória.

Portanto, reiterando o respeito pelo trabalho de todos, recuso-me, mas recuso-me mesmo, a cometer certos exageros que vislumbro, que deixam os pequenos qual varitas verdes, a roer as unhas, e de olhos arregalados, como quem diz, é agora que vou provar que sou bom... O meu? O meu é criança e chega... E isso, isso sim, é que é BOM

Michael Jackson; e porque os grandes também morrem...

Impera falar de um ícone da que nos diz adeus. Sem dúvida um daqueles ímpares, a par e passo com um Elvis Presley, ou com uma Madonna, no mundo da música, e tantos outros do mundo do espectáculo. Pode gostar-se, pode odiar-se, mas tinha o poder de se se fazer notar. Não se ficava indiferente, e isso, é espectáculo.
Pela minha parte, estava longe, muito longe de ser favorito. Nunca foi, nem na adolescência, e muito menos na idade adulta, porque não me identifico. Com nada. Nem com a música, nem com a filosofia de vida.
De qualquer forma, fica uma Homenagem pela capacidade de se fazer notar. Por onde chegou, pelo que fez sonhar, e dançar. Um verdadeiro Ícone, sem dúvida.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Das espinhas na garganta...

Não sou lá muito adepta do meio termo, do nem não, nem sim, do nem carne nem peixe... Normalmente, em tudo na minha vida, gosto de clareza, ainda mais no que toca aos meus sentimentos. Com os dos outros, não sou tão exigente ( cada um sente o que quer. Viva a liberdade), mas comigo e com a minha organização mental, necessito de definição. Mas existem pessoas, para as quais isso é um sério problema. Que têm por hábito não resolver situações, e as mantêm até ao infinito, por medo de enfrentar e seguir em frente. Talvez pelo medo de um corte definitivo. Ou por receio do caminho para se chegar onde se quer... Tenho uma Amiga, muito Amiga exactamente aí. É o que chamo ter uma espinha na garganta. E tal como a verdadeira espinha, a situação incomoda, doí, e desgasta com o tempo... E ela está assim. Magoada, desgastada, e ao mesmo tempo esperançada; mas com um receio monumental de encarar a situação de frente.
Minha querida amiga, tal como já te tentei dizer, volto a explicar. As situações não se resolvem assim por si, só porque fugimos ou reservamos distância. Podem ficar atenuadas, adormecidas, patati, patatá, mas resolverem-se na sua totalidade, nunca... Pode até dizer-se que foi para longe, não mais se ouviu, e não mais se viu, e que caiu no esquecimento. Mas isso é parlapié, daquele bom. Daquelas mentirasitas piedosas que gostamos de pregar aos outros e a nós. Poderão, ao longo da nossa vida existir situações que não conseguimos de todo terminar. Porque a pessoa não nos permite, ou se afastou ao ponto de ser impossível qualquer contacto. Aí, pouco poderemos fazer, senão aprender a lidar com a situação. Mas que ela fica cá, fica. Nem que seja muito ao de levezinho...
No meu ponto de vista, o que se inicia, em caso de inviabilidade, deve-se terminar ( se possível, como já referi).
Não falo obviamente de situações isoladas, que nada ou pouco marcam, e onde o objectivo era somente uns momentos de partilha, fosse do que fosse. Falo obviamente de relações mais sérias, onde o sentimento está presente, e onde existiram sonhos e emoções fortes. É que aí meu anjo, o caso é sério. Não fujas, caramba. Aproxima-te, chama as coisas pelos nomes, e saca definitivamente a espinha daí. Ou guarda-a, mas arrumadinha, lá dentro, onde melhor a encaixares. Não permitas que ela te ande a moer, num constante calvário, onde depositas a tua precisosa vida, assim, só porque tens medo... Vá lá... Tu consegues.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Fazer-se à vida...

-É desta amiga, vou dar um rumo à minha vida. Lindo; adoro ouvir esta frase, de alguém que percebo não estar bem. Preocupa-me é quando oiço vezes de mais a intenção, sem se passar à acção. É o caso. Mas como a esperança não morre, resta-me julgar que uma das minhas Grandes Amigas teve uma Eureka cerebral daquelas sérias, e vai-se fazer à vida. Sim, porque quando não somos daquelas sortudas ás quais a vida se faz, o melhor mesmo é fazermos-nos nós a ela. Ou isso ou ficar à espera. Que a sorte mude, e se invertam os sentidos. Tenho cá pra mim que é mais fácil ganhar o Euro milhões... E olhem que não sou de intrigas...

É pá não... Por favor...


Heidi Klum; sim, tb fico capaz de morder...
Se há coisa que me repugna, é a necessidade de algumas pessoas em mentir, assim só porque sim. Os nossos queridos sócios, pescam disso que é uma maravilha, vá lá saber-se porquê... Será que ainda não perceberam que nós Mulheres, preferimos uma verdade amarga que uma mentira piedosa? Salvo as devidas excepções, que devem sempre ser ressalvadas. Por mim falando, e devido ao facto de nas minhas (não assim tantas) qualidades, se destacar a perspicácia, fico imediatamente a tremer, por dentro e por fora, se me deparo com um digno ( ou nem tanto) espécime do sexo oposto, que tenta pregar-me a tão adorada "peta". É que por norma, topo-o imediatamente. E fico irada. Deveras. Será que se acha esperto? Será que me acha parva ( essa então deixa-me capaz de rugir)? Ou será que tem algum objectivo em relação a mim, e está a armar-se aos cucos, e a cantar-me a canção do bandido, assim de forma descarada? Não gosto de nenhuma. E não gosto de gente falsa. Quem me lê, sabe que gosto de educação. Daquela genuína, que já não existe muito por aí... Da falsa, pirosa e bimba, não obrigado. Não gosto lá muito de coisas postiças. Incomodam, são facilmente detectáveis, e não abonam em nada a favor de quem as usa.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Da insatisfação...


Nós somos, regra geral, insatisfeitos; com o dinheiro que temos, com a vida que levamos, com o emprego que conseguimos, e por aí fora... É da nossa natureza, é certo, e tem como pressuposto a nossa constante necessidade de evolução, e a nossa vontade em avançar. No entanto, parece-me pouco sensato, a perca de algumas faculdades inerentes a esta busca da perfeição. Noto, com frequência, que relativizamos coisas boas que temos, assim, como se elas nada valessem... Como se não fizessem parte de nós e da nossa história. E por norma, só lhe damos o devido valor, quando perdemos a coisa, ou a capacidade de a realizar. Sim, porque isto estende-se a coisas, acções, pessoas... Muita coisa assume importância, quando desaparece... Até ai, poderia assumir ou não... Incomoda-me seriamente, quando toca a pessoas. Talvez por trabalhar maioritariamente com uma faixa etária considerada por muitos como incómoda, principalmente quando inserida na conjuntura actual, assisto com elevada frequência a pessoas deixadas há margem, numa existência penosa, apoiados a uma distância confortável, por alguém que vai por ali, fazer a sua obra de caridade uma vez por mês; picar o ponto, podemos chamar. E depois também há aqueles que nunca vêm... Há, não gosto destes sítios... Faz-me confusão ver as pessoas ali, à espera ... Claro, é mais fácil assim. Só não percebo porque não faz confusão a solidão que a pessoa possa sentir, devido ás ausências de quem ama... É patente o esquecimento; de que as pessoas continuam a ser pessoas, continuam a ter sentimentos, continuam a ter emoções...
Existem as devidas excepções, felizmente; os que vêm, que acompanham, que participam; mas num numero consideravelmente inferior ao desejável.
E é depois, no final do ciclo, que me volta a incomodar, a atitude mesquinha e patética de quem chora, não sei muito bem porquê. Será pela tal perca? Será que é aí que se lembram que afinal a pessoa ainda andava por cá, e só agora deixou de andar? Será que é porque já está inacessível, e só assim assume o tal carácter de importante? Ou será que são de alguma forma sentimentos de culpa, pelo pouco que se deu, e pelo mais que se poderia ter dado? Sinceramente não sei; mas intriga-me esta vertente, no mínimo infeliz, da natureza humana...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Em Portugal come-se bem...


Sim, come-se e muito... E então aqui por uma casa, perdida não sei onde, habitada por dois Senhores de meia idade e um cão. A Senhora, dá para o guloso, o Senhor, atira para o comilão, e o danado do cão juntou os dois no corpinho bolachudo de um bicho minorca. Não se pode... Mas é que não se pode mesmo. Anda para aqui uma pessoa a trabalhar uma semana inteirinha, para depois, numa meia dúzia de idas à referida casa, estragar tudo o que anda esfalfadamente a tentar fazer. Isto não se admite... Rica filha, tens aí queijo de cabra ( e eu que nem gosto nada...); olha bolinhos ferradura que o pai comprou na praça; queres um capuchinno com um bolinho? Tenho pão alentejano com manteiga e café da avó; vou assar um chouricinho; e por aí fora... O temível cenário piora consideravelmente, quando a caçula povoa o habitáculo. Ai é ver por todo o lado comidas e comidinhas, petiscos e acepipes, carnes assim, peixes assado, e por aí fora, que nem sei bem onde acaba. Ao ponto de não caber uma agulha no frigorífico, e das refeições se colarem umas ás outras, como se naquele espaço minado por gente gulosa, não se fizesse mais nada senão comer ... Isto é demais para a minha pessoinha. É, é... É que não sou de ferro, e se há dias em que a minha resistência se pode pôr à prova, outros há, em que basta acenarem-me com uma simples bolacha Maria, que é ver-me correr e saltar alegremente para a abocanhar e comer de um só trago. Sim, isso mesmo; assim, tipo cão... Hoje, segunda feira, inicio da semana, um dia do piorzinho que possam imaginar, resistência abaixo de zero, e um apelo irresistível... A mãe fez favas, antes de ir trabalhar. Diz para vires cá buscar...
Sim sim, pois pois, cara CF, busca as favas, e devoras assim, desesperadamente, como se não houvesse amanha... Não te preocupes, que não há qualquer tipo de problema. Daqui a um bocadinho, quando não conseguires andar, rebolas... Boa????

domingo, 21 de junho de 2009

Um elogio ao Amor ( por nós, entenda-se)


A cada dia mais me convenço que o Amor, aquele sentimento que se diz lindo e indescritível, é a mais pura demonstração do egoísmo humano. Retirando obviamente as devidas excepções, como os sentimentos de pais para filhos, entre irmão, e mais alguns, dignos do nome, o que resta é um conjunto de interesses mesquinhos e egocêntricos que ousamos também denominar de amor.
Quando olhamos nos olhos de alguém, e resolvemos dizer que amamos essa pessoa, se viajarmos introespectivamente pela nossa consciência, depressa concluímos que amamos sim, mas não o outro. Amamos o bem estar que nos dá, o prazer que nos proporciona, e os momentos que nos faz felizes. O cerne, o que importa verdadeiramente, o que sobressai, não é o sentimento pela pessoa em questão, mas o sentimento por nós mesmos e pelo nosso umbigo, que gostamos de satisfazer. Apareça alguém que substitua o nosso "amor", que nos dê mais prazer, ou mais bem estar, que ele salta, imediatamente, e o outro, esse, não importa nada. É um mero meio, e poucas vezes um fim. O centro somos nós.
Perdoe-me o meu querido MEC, que tem um dos elogios ao Amor mais lindos que já vi... Eu por cá gostava que fosse real a um nível mais abranjente... Será decerto, em algumas excepções, em algumas pessoas para quem o outro e o seu bem estar verdadeiramente importe; mas a regra, essa é mais amarga. Somos animais, na nossa essência, e nada é mais importante do que o nosso bem estar, e a satisfação das nossas necessidades... O Amor ( ou o que se chama abusivamente de Amor), é, na sua maioria das vezes condicional; a satisfações, a bem estares, a necessidades... Chorar por amor, ou melhor por alguém que nos deixou? Treta, daquelas muito sérias; choramos, porque perdemos quem nos faz falta para sermos felizes. Choramos por nós, pelo nosso bem estar, que se esmorece ou desvanece. Pouco importa como está o outro, importa é que nos faz falta, porque somos egoístas, porque gostamos de nós... Porque aspiramos ser felizes, à custa de alguém, que por este ou aquele dom, nos preenche, nos completa, nos dá bem estar...
E se não fizer, tal como é, nós, na nossa vertente abusiva, tentamos moldar, à nossa imagem e semelhança. Pouco importa se causarmos sofrimento. Importa que mude, sob os nossos interesses, sob as nossas vontades, sob os nossos caprichos e aspirações.
Sim, com muita pena minha, concluo que é esse o maior sentimento de amor que se vive por aí. O amor ao próprio... O resto...... O resto julgo que existe, e que é possível, ou não fora eu uma adepta da filosofia, e do nosso querido Kant, que já em séculos passados referia a importância de se considerar o outro como um fim, e nunca como um meio. Acredito na perfeição da Natureza Humana, que pode simplesmente andar adormecida... Deve encontra-se por aí escondido, ao virar de uma esquina, perdido nesta metrópole de egocêntricos narcísicos, desumanos e aproveitadores... Ainda sonho um para mim; eu sou sonhadora, já sabem... Espero não estar a pedir demais...

O medo do medo dos outros...


Pois é, sofro deste mal, a meias com o nosso William Shakespeare... Não sou regra geral medrosa, principalmente no que toca a sentimentos, ou a tomadas de decisões, quer sejam elas de menor, ou maior importância... Mas angustia-me o medo dos outros, porque neste mundo pouco fazemos sozinhos, e o medo alheio pode ser tão, ou mais poderoso do que o nosso próprio medo... Se é que me faço entender...

sábado, 20 de junho de 2009

O silêncio... Será que é de ouro??


O silêncio é um tramado de um raio. Pode ter inúmeras interpretações, e ficamos sempre sem saber o que o outro pensa na realidade. Eu, que sou do diálogo, do dizer-se o que se pensa e o que se sente, tenho alguma dificuldade em lidar com o silêncio do outro. Há quem o ache de ouro... Eu, pela parte que me toca, considero-o extremamente traiçoeiro, e raramente, muito raramente, o acho valioso... Mascara emoções, sentimentos, daqueles que muitas vezes bastava uma palavra para denunciar. Por uma questão de principio, respeito silêncios, como de resto, respeito espaços, sentimentos, vontades... De qualquer forma, causa-me algum desconforto... Salvo as devidas excepções, um olhar silencioso pode significar mil coisas... E se há alturas em que leio sentimentos bons, outras existem em que não leio nada, ou muito pouco. Incomoda-me esta inacessibilidade... Penso ser necessário um estadio muito pleno numa relação para o silêncio bastar por si só... E mesmo aí, existem palavras sempre boas de se ouvir...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

E já lá vai um ano...


Minhas queridas meninas, foi quase à um ano... Mas hoje relembrei algumas das melhores partes, sob a gentileza de um vídeo enviado por uma delas.

Apesar da melancolia de uma, dos devaneios de outra, e de outras coisas, ainda mais comprometedoras, da terceira, tenho a dizer-vos que foram umas férias fantásticas. Volvido um ano, tudo se alterou, ou melhor, quase tudo... De qualquer forma, o que nunca se vai alterar, é que as adoro, e que anseio a possibilidade de estarmos as três de férias outra vez... Brigada do reumático e piqueno J., na retaguarda. Amores e desamores, como sempre; RÁDIO FOIA, RADIO ASWAT, danças do ventre, no seu melhor; carros de dois lugares com três pindéricas lá dentro, polícias que acham tudo isto muito estranho e que cercam a área, não vão as três arrancar; escapadelas assim, de mansinho; calças tigresss, cheias de estilo; banhos de sol, de mar; turismo de proximidade, daquele verdadeiro; perguntas embaraçosas; pão alentejano com manteiga, e café da avó; casas de banho com fechaduras que se fecham e não mais querem abrir; vídeos monumentais, que nem vos digo, nem vos conto... Momentos felizes. Beijos ás duas, e uma vontade imensa de repetir...

A destilar...


Esta é a altura do ano em que eu gostava de ser menos vaidosa... Enfio-me em saias, vestidos, patatis, patatás, breloque daqui e breloque dacolá, e depois vou pra rua tostar e invejar as que o conseguem fazê-lo de calçãozito, t-shirt e havaianas. E mais, levo a juba solta, porque não gosto lá muito de a ver apanhada, e sujeito o meu pescoço a horas de tortura diária. Tarefa ainda ajudada pelo lencito, que muitas vezes tenho no meu pescoço... Afinal quando nascer outra vez, já não ambiciono ser advogada, ou arquitecta, ou o que quer que seja destas profissões empiriquitadas... E nem sequer vou ser Homem, que hoje em dia também já se vêm poucos de calçãozito e chinelito. É vê-los para aí fora, dentro de fatiotas e nós de gravata, que coitaditos até metem dó.... Vou mas é ser menos vaidosa... É que isso, é de certeza ( Também, e só cá entre nós, eu que até nem sou de intrigas, mais seria difícil)...
Bom fim de semana... Eu por aqui fico a destilar...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Da necessidade de ordem...


Sim, um closet... Uma das minhas utopias. Ou não tivesse eu necessidade de arrumação; ou não fosse eu vaidosa. Ou não fora eu Mulher...
É árdua a tarefa de arrumação da casa, de compor compartimentos... Por vezes temos uma vontade de tal forma acesa de arrumação, que enquanto não encaixar-mos tudo no seu devido lugar, ficamos como que....... desarrumados. De vez em quando ando assim, desarrumada. Transportando a outros âmbitos, e embora não seja propriamente uma fada do lar, necessito de alguma organização no espaço. E isso estende-se ao espaço interior... Louvo, e admiro, mas admiro seriamente quem se consegue organizar adequadamente no meio do caos. E invejo, mas é que invejo muito... Vale-me o facto, de, por norma, conseguir ir encaixando as coisas à minha maneira, com uma ordem coerente e sistematizada. Mas por vezes, andam por aqui umas ideias, sentimentos, e emoções à deriva... Sem saberem muito bem para onde se virarem, sem eu conseguir muito bem destrinçar se me fazem sentir bem, mal, ou as duas coisas alternadamente... Não gosto desta desordem. Gosto de acordar e sentir paz, e não um sentimento dicotómico que experimento diariamente, quando oiço um bom dia, como estás? Que se traduz automaticamente num turbilhão na minha cabeça, de sentimentos antagónicos, alternando entre o bom e o mau, a dependência e a independência, e a necessidade quase vital de o ouvir, com um desejo latente de que isso não aconteça nunca mais...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Do que nós queremos ouvir...


"Precisava de ouvir o que acabas-te de me dizer... Precisava, mesmo nesta altura, de ouvir que me amas..."


Esta é uma frase de uma série daquelas muito estúpidas que milhares de Mulheres vêm... Tão estúpidas, tão estúpidas, que mais um bocadinho eram iguais à realidade...

E até parece que nós, Mulheres, não precisamos sempre de ouvir que nos amam ( Euzinha, incluída. Muuuuuito incluída)...
Vocês ainda não percebram?? Se calhar, uns sim, uns não. Pela minha parte, e como cá em casa só existe o rebento, posso dizer-vos que do alto dos seus seis anos, já sabe dizer coisas como gosto muito de ti mãe, quando quer alguma vontade satisfeita. Aprendeu cedo a Excelêcia. Ou não seja ele educado maioritariamente por um espécime feminino...

Momentos...



Apesar de trabalhar com emoções, confesso que ainda não consegui muito bem compreender, o porquê de determinadas recordações mexerem connosco, assim, quase como se revivêssemos momentos, só porque passamos em determinado local ( onde já fomos felizes, como diz o nosso Rui Veloso), ou porque ouvimos determinada música, ou determinada expressão... De facto, a nossa capacidade de projecção tem uma função fantástica na nossa vida, sendo capaz de nos transportar a sensações fantásticas, assim, só com um pequeno pormenor... Que poderá nem ser grandioso, na sua imensidão, ou na sua essência. Basta ser grandioso para nós. E de imediato a nossa mente nos reporta à situação, à pessoa, ao momento. Somos até capazes de sentir, quase como se a vivenciássemos de novo, uma e outra vez... Quem não tem uma frase que lhe soa a amor, uma música que marcou a adolescência, um local mágico, onde se foi feliz? Ou não fora a nossa vida construída também de memórias... Ou não fora a nossa felicidade feita de momentos, únicos e eternos...
Hoje ouvi um simples losing my religion dos REM, e já fiz uma viagem liiinda... Daquelas que de certo não volto a fazer, a não ser no meu imaginário; pelo menos com a ingenuidade da altura. E soube-me bem, mas tão bem...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Do respeito e do namoro de janela...


Tenho um casal de idosos no meu local de trabalho, que hoje, mais uma vez, me pôs a pensar...

A Senhora, sempre muito pomposa e arranjada, não se despe em frente ao marido.Toma banho, e só depois de pôr a roupa interior e a combinação, é que permite a sua presença. Reflexos de outrora, em que o respeito, elevado ao seu expoente máximo, não permite mais.

Exagero? Sem dúvida... Mas não deixa de me pôr a pensar, que nos dias que correm, tudo se inverteu ao sentido completamente oposto. E não falo somente da vergonha, ou da timidez de mostrar o corpo, mas de um respeito muito mais abrangente. Em que o outro assumia uma importância fulcral, e deveria ser cuidado e respeitado. Hoje, tudo é mais fácil, tudo é permitido, quebram-se regras, não há limites... O namoro, já não é à janela, sob guarda atenta do pai, da mãe, ou em ultima instância de um irmão mais novo, que se subornava com doces, a troco de uns momentos a sós. E que bem saberiam esses momentos. Os momentos mágicos, que para se atingirem necessitavam de luta, jogo de cintura, e alguma sabedoria.
E será boa esta evolução, que nos tranportou a patamares muito diferentes do atrás descrito? Claro que sim, quando se sabe gerir, ou não fora eu uma acérrima defensora da liberdade, da ausência de limites impostos, da possibilidade de agir de acordo com a nossa real gana, da experimentação, do conhecimento, e tudo-e-tudo...
Porém, não deixa de ser um trilho perigoso, que mais vezes do que o desejável, termina mal. Num abrir e fechar de olhos, chega-se ao desrespeito, à despreocupação, e à facilidade extrema em esquecer que a pessoa que está ao nosso lado, é isso mesmo, pessoa. Instalou-se um facilitismo relacional, onde o começo e a evolução são galopantes; onde se geram relações à velocidade da luz, e onde se relegam e esquecem valores. Há outros, que sinceramente não me preocupam. Preocupa-me o respeito. Porque o considero a base. Porque sem ele, nenhuma relação é saudável.
Não quero com isto dizer, que tenhamos de voltar à combinação e ao namoro de janela. Nem quero que julguem que defendo uma perspectiva retrógrada e castradora. Obviamente, evoluímos, e muito, e essa evolução é na generalidade positiva. De qualquer forma, como tudo na vida, quando se ganha, também se perde. E neste jogo, foi o respeito que saiu a perder... É um campo a investir. Sei que a perfeição não existe, mas existe o caminho para lá...

A P... da ditadura

Hoje, na chegada ao meu local de trabalho, sou abalroada por um Senhor, daqueles antigos magnatas, que se julga dono do mundo. Prepotente, arrogante, daquelas pessoas que podem ter toda a razão do mundo, mas que a perdem, mal abrem a boca. Realmente à poderes que determinadas personalidades não deveriam ter. Este digno Senhor, que ocupava funções distintas, numa colónia em África, ousa julgar que o mundo é dele. Reza a sua história de vida, que era dos Homens mais autoritários que Deus ao mundo deitou, característica essa aguçada pelos lugares de poder a que chegou. Tenho de facto um agradecimento a fazer a esse mesmo Deus, por só mo ter colocado no caminho agora, que já se encontra diminuído pela doença, e pela idade; é que a tolerância que reservo a este tipo de pessoa, é muito, mas muito próxima do nulo...
Mas por que raio, existe esta necessidade tão vincada em algumas pessoas de controlar tudo e todos? Mas porque é que o poder aguça características inatas a algumas pessoas, e as transforma em Hitleres, Salazares, Pinoches, ou Estalines, e as faz julgar que podem manipular massas??? Eu cá, muito da boa paz, tenho um asco terrível a esta gentinha ( Sim, gentinha, que acha que é gentona. Taditos, é a perspectiva). Perdem a razão, atingem o ridículo ( como sempre se atinge, quando se toca o exagero), e o que possam ter de bom diluísse, na tamanha besteira que encarnam, e pela qual regem a sua vidinha medíocre, que fica conhecida por força da ditadura negativa, manipuladora, assassina, e exterminadora.
Agora percebo, porque é que em criança, quando ia com a minha avó a uma feira, só queria que ela me comprasse um mata moscas. Não, não eram instintos assassinos, em estádio primário de desenvolvimento ( cheguei em tempos de auto análise a considerar veementemente esta hipótese), mas sim o meu instinto apurado de defesa, que já imaginava que esta sociedade está minada de parasitas, que é urgente disseminar ( cá para mim, e só aqui que ninguém nos ouve, anda por aí alguém a tentar armar-se em ditadorzito; e olhem que eu cá não sou de intrigas... Acho que o meu mata moscas está danadito para entrar em acção)...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A hora do perigo...


Pois é, pois é; Uma pessoa anda por aqui, e julga que tudo na vida é garantido. E de repente, puff... Tudo se esvaí em cinzas, quando menos se espera. Ou não fora eu Psicóloga, hoje surgiu-me a vontade de dar um conselhosito, daqueles assim, dados a troco de nada, gratuitos, emitidos por alguém que julga que pesca alguma coisa de emoções. Nunca, mas por nunca mesmo, julguem que as pessoas estão ali para sempre, há vossa espera, assim, como se a vida se resumisse simplesmente a vocês. Pode parecer, de facto. Ás vezes, julgo existir pessoas que julgam que o respirar das outras depende delas. E vai-se girando a vidinha, assim, como bem apetece, sem preocupações, sem manter as relações, pois não é preciso, tá tudo tão garantido. Pior, é quando a garantia se esvai, e quem estava sempre ali, de repente deixou de estar. E saltou fora, por falta de amor, compreensão, ou um conjunto de coisas, que podem ter várias terminações, mas que se resumem, fácil, muito facilmente, na palavra tempo... Engraçado, como é mais ou menos nessas alturas, que as pessoas acordam para a vida, e consciencializam que afinal até deveriam ter dado mais. Mas é exactamente aí, que me apetece com uma força descomunal berrar aos sete ventos vai mas é passear. De preferência para longe, muito longe... E é nessa hora que roço o limiar do perigoso... Depois posso até acalmar, ouvir, tentar compreender. Fico mais boazinha, mais normalzinha, menos perigosa... Mas na hora do saco cheio, quando não aguento mais aturar quem se julga o centro do mundo, o melhor é não virem com explicações e desculpas. Fico ruim. Capaz de morder. Grrrrrr!!! Bom, quem me lê, já deve ter percebido que ando a rondar a hora do perigo. Vocês é que não me estão a ver. Já tenho cauda, bigodes. Não tenho juba porque sou feminina...

O poder da mente...


Sim, connosco vai sempre ser diferente... Porque corre tudo muito bem, porque é liiindo, porque construimos o filme de tal forma perfeito, que julgamos, seriamente, nada pode falhar... Mas pode. E é aí que reiteramos que histórias perfeitas, só mesmo nos filmes. E no início, na nossa mente...
Boa semana. Eu por cá vou tentar fazer o mesmo...

domingo, 14 de junho de 2009

Desilusão...

De todos os sentimentos que já experimentei, o que mais me custa, mais me dói, e mais me revolta é o da desilusão.
Não entendo, não concebo, nem perdoo, a necessidade das pessoas em servirem-se de alguém quando lhes interessa, e quando esse alguém lhes dá prazer, seja ele de que ordem for.
Para mim, as pessoas serão sempre um Ser digno, a respeitar, e não um mero acessório, que utilizamos quando nos apraz, ou quando nos faz falta.
Pena que à minha volta, continuo a encontrar gente, que julga que as pessoas são para utilizar, quando estão por acaso mais fracos, ou quando a solidão aperta. Depois, nos momentos de glória, ou quando se sentem plenos, o outro fica esquecido, ou vai-se esquecendo, a pouco e pouco, sem uma palavra, sem uma justificação. Como se os sentimentos alheios fossem assim, sem importância; como se as pessoas fossem uma bengala, para usarmos apenas quando se coxeia; como se fossem os donos do mundo, e a sua vontade imperial, sem olhar a meios. Não interessa o que o outro espera, ou a ilusão que possa construir. A cada dia mais me pergunto, porque é que ainda me iludo...
Não peço muito, ou melhor, não peço quase nada. Não sou exigente, nem um bocadinho. Já fui, mas a vida ensinou-me a não ser... Apenas peço clareza de sentimentos, partilha... Pior, é quando essa clareza me é negada. Aí fico desiludida... E quando me desiludo, surpreendo, pela frieza, pela distância, longe, muito longe do meu padrão de acção habitual. Defesa, decerto...
Sou clara, limpa, custe a quem custar, doa a quem doer. Dou-me muito, quiçá de mais. Não preciso de tanto. Preciso tão somente de simplicidade... E ironicamente, esta simplicidade que ambiciono, apresenta-se como a maior complicação da minha vida...

As compras...


A ida ás compras correu bem. Eu e a minha amiga T., palmilhamos deciadamente os corredores do shooping, entrando e vasculhando as nossas lojas favoritas ( ou melhor, quase favoritas; favoritas mesmo vão ser as que nós vamos palmilhar quando casarmos com um jogador de futebool). Entre compritas, provas, e conversas de Mulher, quase íamos sendo expulsas de uma Loja, por fotografarmos um vestidito, que eu, na minha vertente irmã-mais-velha-muito-amorosa, queria trazer à caçula; mas esquisita como é, ela tinha de vislumbrar a fatiota. Vá lá, gostou. Valha-nos isso, depois da confusão, e de eu ter deixado cair no meio do chão, o meu pente garfo, a meio do pagamento. Valha-nos isso também; foi o pente. Podia ter sido algo mais constrangedor.

No final, perdemos o carro, como é da praxe, mas lá o encontramos. E fomos ainda socorridas, para encontrar a saída pretendida, por um moçoilo condutor de um booguie, muito simpático, ou então com muito pouco que fazer, tal foi a disponibilidade dispensada.
Pronto, concluo ( como se houvessem dúvidas), que uma tarde de compras faz milagres pela minha disposição. Ou não fora eu Mulher, e vaidosa, e tudo e tudo...

sábado, 13 de junho de 2009

Porque hoje vou mais segura :)


Este ano, parece-me que pela primeira vez, há muito tempo, vou comprar um fato de banho, ou um triquíni, em vez de biquíni. Não que não goste de biquíni, e da minha barriga bronzeada, não, nada disso, mas é que olho para os novos modelos, e fico deliciada...
Portanto hoje, porque tive uma folguinha, e porque, tal como qualquer Mulher, amo ir ás compras, estou de saída para um Shooping de minha eleição, na nossa capital.
Ou não esteja eu a morrer de saudades da minha querida Lisboa. Não fui ontem, porque era noite de Santo António. Não fosse eu ser apanhada à traição numa esquina qualquer, num bailarico em Alfama. Nhaaaa; hoje vou muito mais segura...
Bom fim de semana...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Uma achega...

Só uma achega aos perfis. É que ainda existem aqueles que desajeitadamente andam para trás, e julgam, com o Rei na Barriga, que andam para a frente à velocidade da luz. Esses são os que me fazem rir... Bom fim de semana... Por cá, com sol ou sem ele, vai ser pertinho, bem pertinho do mar...

Dos perfis...


Há três perfis típicos de pessoas; entre, obviamente, muitos meios termos, que andam por aí, meio indefinidos, meio sem saber para onde pender, ou ainda, alternando graciosamente entre um e outro perfil. Passo pois a citar; começamos por aquelas pessoas que andam para a frente, sendo que, com maior ou menos dificuldade, para lá é que é Lisboa, custe o que custar, ás claras ou ás escuras, de costas ou de barriga. Muito bem, gosto deste.
Depois temos os que andam para o lado, tipo caranguejo, que é uma espécie que um tanto ou quanto me melindra, confesso. E existe ás pargas por aí; como se o mundo fosse um dado à partida, e o caminho seja sempre e só aquele, quer saiba bem, quer saiba mal. São avessos a mudanças, e a alterações. Não gosto lá muito do pressuposto.
Por último, e verdadeiramente preocupante, temos os que andam para trás, que, felizmente, não conheço lá muitos. De qualquer forma, os que conheço, chegam para o considerar, o caminho mais perigoso de todos. É aquele que se faz em sentido inverso; ou seja, a pessoa evolui qualquer coisa, experimenta novos caminhos, aspira outros patamares, e de repente, regressa ás origens, completamente, como se nada mais no mundo existisse.
E não será, perguntarão vocês, porque por vezes, os caminhos têm de ser percorridos, analisados? E será que no fim das análises, as escolhas não podem recair nas origens? Podem, claro que sim. Mau, mauzinho mesmo, é quando se esquece todo o caminho percorrido, toda a nossa História, tudo o que se aprendeu; como se a vida devesse ser feita assim, por fases e etapas que se eliminam, e não permitem que o nosso percurso nos ensine. Como se tudo fossem momentos isolados. Como se o passado não fosse nosso. E então revive-se, outra e outra vez; e vai-se andando para trás, não permitindo a abertura de portas novas, e acedendo somente ás que já se conhecem... Uuuiiiii, credo... Não sei como há quem viva assim... Mas que há, há... E olhem que eu cá não sou de intrigas...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Feliz...

Passagem obrigatória no supermercado. Passeio daqueles certos, enfadonhos, enfim... Deparo-me com caras cansadas, apesar do feriado, de Senhoras e Senhores na casa dos trinta, quarenta, que fazem as compras da praxe. Na minha frente, um casal, onde a Mulher apresenta uma imagem triste, de resignação; e um Senhor, com ar de quem manda aqui sou eu, que paga as compras, obviamente, ou não fora ele o Homem da casa. Transmitem-me uma alegria imensa. Não pelo estado de inércia dela, ou pelo ar de supremacia dele. Mas por mim. Por ter conseguido virar a página, quando não me sentia feliz...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Um bom feriado...

Hum, e já agora, bom 10 de Junho.
Pela minha parte, tenho o pequeno com uma virose, e ainda por cima, tive de vir fazer uma perninha ao meu local de trabalho. Mas enfim, é só de passagem... E também, a ficar em casa, pelo menos à luz dos canais Portugueses, não sei para onde me vire... Entre condecorações, homenagens e discursos, e blá blá blá, blá blá, blá, só me restam DVDs do Pato Donald, intercalados com o Ásterix.
Valem os avós, que se prestaram ao programa por um bocadinho, e se resignaram a uma tarde de neto com borbulhas e um bocadinho a atirar para o insuportável. Ou não fora ele já um projecto de Homenzinho... E Homem, que é Homem, quando está doente não se pode aturar... Um louvor para ele; por não degenerar à espécie... E doses de paciência para mim, pois estou de regresso, não tarda um fósforo... Aaaaaiiiiii....

Um lugar para todos nós...


Em conversa com alguém, analisa-se o termo Dr... No meu país, Dr são os Médicos. Por aqui, ainda não percebi muito bem porquê, todos são Dr... Pois é, basta ter uma licenciatura, seja ela em que área for, e pronto, adopta-se o prefixo, assim, para a vida... Ora pois aí está uma grande verdade; à giza de conclusão, realçamos a necessidade do povo Português em se engrandecer. Como se um Dr antes do nome, num cheque, ou em qualquer outro documento, fizesse mais por nós. Como se um Dr. nos desse um estatuto diferente, um pouco acima da média, e capaz de atingir outros patamares.

Por mim, o percurso académico sempre serviu apenas para a minha evolução, valorização e desenvolvimento pessoal, e para conseguir desempenhar as funções que gosto, na minha área de eleição. De resto, os títulos que possam daí advir, sinceramente, não me fascinam. Não sou nem melhor, nem pior, que um Engenheiro, um Cientista, um padeiro ou um agricultor; falando em termos profissionais, obviamente. Todos são necessários, ou não vivamos nós num país onde o sector primário ainda é a vida de uma grande parte da população. Porquê desvalorizar? Porquê respeitar e vangloriar os Drs? Eu queria ver se não fossem os pescadores, como é que os nossos Drs se deliciavam com um bom Robalo num jantar de negócios... Há pois é... Cada um no seu lugar, mas todos com lugar.
Para mim, é muito mais importante fazer o que se faz com dedicação, do que ter um grande título, só para Inglês ver... Há que se fazer bem o que se faz; o resto, é prós vaidosos...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Do que queremos, não queremos, ou não sabemos muito bem se queremos ou não...


Pois, é uma grande salganhada... Por vezes queremos coisas, e quando as temos, achamos que afinal não era bem aquilo; outras não queremos, mas enfim, vá lá, só para dar o jeito. E afinal até nos soa bem. Esta mania do ser humano de analisar tudo ao ínfimo pormenor, e de, no final ficar mais baralhado ainda do que antes de começar a pensar, tem muito que se lhe diga... Por isso, sou cada vez mais adepta da filosofia do momento. Dentro das conjunturas, obviamente, faço o que entendo na hora, sem grandes divagações, análises ou dissecações. No final, umas vezes acerto, outras nem por isso. Mas tenho cá para mim que, noites de sono perdidas, rugas ganhas à custa de preocupações e muitas horas de pensamentos caóticos na minha querida cabecinha, dariam lugar a decisões muito parecidinhas com as que vou tomando. Por isso, há que poupar; senão dinheiro, que há tão pouco que já nem se poupa, pelo menos a nossa energia. É que o desgaste é nosso, e fica nosso para sempre; que isto de pilhas recarregáveis, é muito giro... Tecnologias, laços de armar ao dinheiro como dizia o meu avô. Tá bem tá... Parlapié do bom... Nhaaaaa, não caio nessa. Se ando para aqui a gastar balúrdios em cremes de rugas, para ficar linda e maravilhosa, não é para depois andar a espalhar um ar pindérico e estafado por aí. Era o que mais me faltava...

Oh pá que nervos...

Mas porque será que em tudo na vida, é muita giro atirar as culpas aos outros?? Ou é isso, ou sou eu que sou uma mártir, a quem toda a gente julga poder imputar culpas, quer elas sejas legítimas ou não... Se forem, venhas elas, pois ninguém é perfeito, e eu também erro, e tenho, obviamente de o assumir... Se não forem, dispenso-as... Mas é que dispenso mesmo... Lá lá lá, não fui eu, foi ela... Não me soa bem; não é música para os meus ouvidos... Mas também não pensem que sou uma mártir pacifica. Se a culpa não for minha não a assumo, e pronto. A Madre Teresa de Calcutá tá no céu... E eu cá sou muito terrena...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Uffa, já está...

Sim, tenho uma veia política; sim, fui votar; não, não vou divagar sobre o assunto. Anda mau de mais; assim ao nível de um Benfica, ou qualquer coisa do género. Já uma vez coloquei um post do Zezé Camarinha, e o meu blog ficou por demais prejudicado. Não posso cá vir agora falar da conjuntura política actual. Seria ir de mal a pior. Não podia era deixar de colocar aqui este aparte... Já se impunha... ( Pronto, sensação de dever cumprido, uffa...)

Porque sim, ponto!!!


Hoje leio num dos meus blogues favoritos, que o porque sim, poderá bastar como resposta... Tenho um digno rebento lá em casa, que quando lhe explico algo, tipo verdade de la palisse, daquelas que são porque sim e pronto, se arma em sabichão ( ou não saia ele há sua rica mãezinha), e logo remata, do alto dos seus seis anos, porque sim não é resposta...

Ora acontece que, do alto dos meus trinta e dois, eu acho que porque sim é resposta sim senhor... Porque nesta vida cada vez mais fazemos coisas só porque sim, porque nos apetece, porque estamos para aí virados, porque não temos alternativa, porque a vida assim nos manda, porque a realidade assim impõe, porque tem de ser, porque na vida, muitas vezes, não podemos fazer o que nos dá na real gana, e mesmo quando fazemos, pode ser só porque sim, sem nenhum motivo especial, ou justificação para... Portanto, comigo, acontece-me muitas e muitas vezes agir só porque sim; seja quando me apetece e pronto, seja quando não me apetece, sabendo-me melhor um porque sim, do que qualquer outra justificação elaborada pela minha cabeça. Justificação essa, que me poderá fazer pensar no verdadeiro motivo, pelo que muitas vezes o mascaro com um abrangente porque sim... Não sei se me faço entender... Agorinha por exemplo, vou trabalhar porque sim, e não porque preciso mesmo... Perceberam, não perceberam??? Ora então uma boa semana para todos. Só assim porque sim ( Se calhar aqui até posso arriscar um porque sou simpática e muito educada; sim, parece-me que fica aqui muito bem)...

domingo, 7 de junho de 2009

O alcool e a escola...


Hoje, a minha santa terrinha foi capa de jornal (um jornal sensacionalista, é verdade, mas ainda assim, um jornal de grande tiragem), por um motivo que me indigna verdadeiramente...

Num pais onde as taxas de alcoolismo entre os jovens tem vindo a subir, fico deveras surpreendida por uma Escola Secundária, permitir a sua venda numa festa, que culmina obviamente em figuras deploráveis de jovens, que abusam e não sabem quando parar... Isto tudo, numa pós eleição para o Conselho Executivo, cujos resultados são a favor do Sr Presidente que agora deu azo a que esta situação acontecesse... Hum, embora ás vezes me arme em esquisita, sinceramente agora não me parece ser o caso. Todos sabemos, e eu também sei, que não é proibindo determinados hábitos que eles diminuem; de qualquer forma, permiti-los assim, sob a conivência de quem supostamente representa autoridade num estabelecimento de ensino,como se do mais banal se tratasse, soa-me a patético. Soa-me a facilitismo, soa-me a incompetência de quem se julga capaz, mas que se esquece que, figura de referência é quem sabe ordenar, e não quem, num acto de extremo desleixo permite, perante pais, professores e outros jovens, que adolescentes se descontrolem ao ponto de ficarem embriagados... Eu cá não sou de intrigas, mas... Qualquer dia, fumam todos um charrito no pátio da escola. É cool, é fixe, cai-se nas boas graças e tal...

Cartas de amor...


Ás vezes sinto um misto de sensações quando leio uma história de amor... Como se as achasse lindas, e capazes de nos fazer sentir emoções, mesmo que sejam as histórias de amor dos outros; no entanto, o sentimento mágico é como que intercalado com a sensação de que, e quando baseadas em factos, são tão intimas, tão pessoais, que jamais deveriam ser partilhadas, ainda mais, quando visam cartas de amor ( Temos um bom exemplo do que falo por cá, as Cartas de Lobo Antunes escritas à sua Esposa, e publicadas recentemente pelos filhos). Hoje, descubro que vão ser postas a público, cartas ecritas pela mítica cantora Francesa Édith Piaf ao ciclista Louis Gérardin. Vão a leilão, em Paris, como não podia deixar de ser.

Já li muitas, cartas e histórias, como qualquer Mulher; já sonhei, já chorei, já sorri... De qualquer forma, por norma, o que leio são romances, histórias, que só por pura coincidência poderão tocar a realidade; ou não, como as de Lobo Antunes...

Postar assim, a público, sentimentos puros, singelos, que nos descobrem, e nos revelam, como só uma carta de amor sabe fazer, confesso que me angustia. Porque não é escrita a qualquer pessoa; porque deveria ser sempre e só, lida pelo seu destinatário... Porque qualquer carta de amor é ridícula, já dizia Álvaro de Campos; porque é dirigida, porque fala de sentimentos... Porque nos expõe... Porque se fosse eu, não gostaria que alguém alheio ás palavras escritas as lesse... Por tanta coisa...


Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas).


Álvaro de Campos

sábado, 6 de junho de 2009

Manias de Psicóloga...


E há dias em que nos emerge uma sensação de impotência do caneco, que irrita, enerva, e quase nos tira do sério... Como se na nossa vida, o percurso e o caminho, dependesse mais dos outros do que de nós, das nossas vontades e ambições... E é nestes dias que me apetecia ter um qualquer dom de omnipotência, capaz de mudar, decidir, e monopolizar vontades alheias... Mas logo percebo que é esta incapacidade de mudar mentalidades, que nos faz viver, e seguir em frente com sofreguidão, emoção, e sem sentimentos de monotonia, de certezas dadas, de caminhos feitos... Também eu não quereria ter alguém que decidisse por mim, me escolhesse o percurso, me toldasse ideias... Gosto de conhecer, assimilar, escolher à minha vontade... E de seguir para a frente, para o lado, ou para onde me aprouver... Concluo então, que mesmo nestes dias em que a minha vontade expressa seria moldar opiniões e vontades, nunca esse será o melhor caminho, se isso impedir alguém de analisar, viver, e escolher... O que for melhor para si, o que mais lhe apetecer o que mais o fizer feliz... E concluo também que esta vida é feita por nós e pelas nossas escolhas, e pelas escolhas dos outros, que tantas e tantas vezes influenciam as nossas... Porque o nosso caminho é nosso, sem dúvida, mas não só... Nós somos nós e as nossas circunstâncias...

Não sei se perceberam, mas isto é tipo uma consulta a mim própria; pois muitas vezes percorro o meu caminho, com dúvidas se será o certo, e me pergunto o porquê de o ter escolhido, se foge tanto ao meu controlo, se me deixa tão impotente...
Sim, também me analiso a mim mesma... Manias de Psicóloga... Fosse eu advogada e seria decerto mais prática. Faria o que está escrito e pronto... Fica para a próxima...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

É sexta...

As minhas não são manolos; mas tenho pena, muita pena...

É sexta, mas este tempo não me deixa margem para grandes boas disposições. Hoje, como achei que ia conseguir lê-lo, comprei o meu jornal, e deparo-me com um conjunto de gente que não me apetece ver, com um conjunto de notícias que não me apetece ler, assim, como se nada de bom existisse no nosso humilde País. Sou das que gosta de se manter actualizada, mas hoje estou quase a juntar-me aquele clube de Senhoras Idosas que dizem que não vêm o telejornal, porque é só desgraça... Credo. E para ajudar estou de chinelas, e chove... O meu pequerrucho ficou chocado e dizia-me à chegada à escola mããeee, está a chover e eu estou de sandálias... Tranquilizei-o, dizendo, deixa querido, estás na escola, lá não chove. E logo olha, se chover, entra por um lado e sai por outro... Ou não estejamos nós num País onde a adaptação ás adversidades necessite de treino precoce; e o levar com os erros dos outros não faça parte do nosso ritual diário (sim, o erro aqui foi meu, que o mandei de sandalitas num dia cinzento... Dhaaaa!!! Sou desnaturada, pronto)... O que vale é que já pesca um pouco da minha alma e remata: Boa mãe; assim se entrar areia nos meus pés quando brincar, logo no caminho para casa, a chuva lava. Boa filho; vais no bom caminho... Bom dia para todos; vou deitar fora o meu jornal, que não estou com paciência para ele, e vou trabalhar. De chinelas, mas enfim estou dentro de casa. E logo ao final do dia, decerto não brinquei na areia, mas talvez lave os pés, de qualquer forma... Há que poupar. O País está em crise...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Das amizades...


Não sei se estão lembradas, mas duas das nossas queridas amigas do Sexo e a Cidade, num do muitos episódios da série zangaram-se... Estiveram de costas voltadas assim, durante um tempo, apesar de se adorarem, e de não passarem umas sem as outras...
Ás vezes, por coisas sem importância de maior, grandes amigas desentendem-se... Não sei se lembram também, mas depressa passou... E num instante chegaram à conclusão que falar sobre os assuntos é o melhor remédio, e emergiu que as amigas, quando são de verdade, ás vezes dizem coisas que não gostamos lá muito de ouvir... Podem ou não estar certas, pode ser um ponto de vista diferente, ou simplesmente um desentendimento, quando os humores andam mais alterados...
Não sei se me faço entender, mas cada vez mais julgo que pequenos mal entendidos são para pôr atrás das costas... Porque quando necessitamos as amigas estão lá, porque quando estamos tristes dão-nos um ombro, porque quando se solta uma lágrima, ninguém melhor do que elas para a limpar, porque quando caímos elas ajudam a levantar, e porque quando rimos, rimos em conjunto; portanto, ás vezes, se a harmonia não for perfeita, há que relevar, e perceber que nem sempre a sensibilidade está ao rubro, e nos permite agir da melhor forma... A conversa, é sempre o melhor remédio... Capiche gajas???

Pode ser ali, pode pode???


Hoje pela manhã, visto o pequeno e invejo-lhe a cor. Não é que o malandro tem um castanho chocolate daqueles lindos de morrer, mal apanha uma nesga de sol??? E é Homem, logo não liga nadinha a estas coisas. Eu, não posso dizer que sou branca; não, nada disso; mas também não lhe chego aos calcanhares. Nem de longe, nem de perto. Por isso, ando atracassada a auto bronzeadores, a fim de não parecer um copo de leite branquinho, mal visto um vestidito. O que me dá deveras trabalheira, pois tem de ser tudo muito bem espalhado, logo pela manha, quando o despanho ainda é próximo do nulo, não vá ficar como as vaquinhas, muito malhadinha...
Hoje to pró protesto; como é ano de eleições, pode ser que me calhe alguma coisita; quanto mais não seja férias e sol, a fim de ganhar cor de gente...

Pode ser ali, na foto acima...
Algum político me está a ouvir??? Pronto, é que no meio de genéricos à borla, obras na estrada, e escolas novas, julgo haver por aí algum, ou alguns, donos de lâmpadas dos desejos, que estão agora em pleno auge. Pela minha parte quero ir a Bora Bora... Só isso...Ok? Pronto, maii nada... Pode ser?? Pode, pode??? Assim, qualquer semanita chega... Hum, to cá com a sensação que ninguém me está a ouvir...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Isto assim não vale...


Ainda estou para perceber, porque é que nós Mulheres, e ainda por cima as que se dizem muito à frente, Senhoras de si, etc e tal, se desmancham que nem uma papinha perante um simples preciso de ver-te, pronunciado por alguém (não um alguém qualquer, diga-se) do sexo oposto... E é vê-las sorrir, daqueles sorrisos incontroláveis que nos fazem fazer figurinhas na rua, pois quem passa pergunta-se o que terá aquela maluca que já ri sozinha??? E a andar assim, leves que nem uma pena, no meio da cidade, como se estivessem em plena praia, a passear ao vento...Isto é tudo muita giro, matamos e esfolamos, superamos e mandamos à fava, mas a verdade verdadinha é que o nosso coração, quando menos esperamos nos atraiçoa, e nos deixa completamente despidas ( Despidas de argumentos, diga-se). Isto assim não pode ser, não pode não... É que esta leveza de sentimentos não é mais do que passos largos para a maior prisão de todas... Há pois é... Isto assim, não vale...

Não pensem cá disparates, ok???

Mas não pensem que estou deprimida... Nhaaaaa. Nada disso. Até porque, e apesar de por vezes questionar posições de vida, acho que não conseguiria viver de outra forma :)

Quando nem nós mesmos nos entendemos...


Vezes há, em que, como qualquer ser humano, me sinto só...

E é nessas alturas que gostava de ser diferente. Não diferente do habitual, pois isso eu até sou. Mas diferente de mim, e mais parecida com o mundo, que se resigna e se adapta, se conforma, se acompanha.

Não sei se me fiz, se me fizeram assim, mas a verdade é que tenho uma personalidade elitista. Não no sentido próprio da palavra, mas no sentido de não ser fácil de satisfazer. Gosto do que as outras pessoas gostam, sou feliz com o que faz as pessoas felizes, mas não sou conformada, não me moldo com facilidade, não me adapto ao que não gosto... Não tenho portanto um sorriso e uma satisfação fácil... Por isso, em determinadas alturas, olho em volta com uma ponta de inveja ( no bom sentido), pelas pessoas de satisfação acessível; aquelas que vejo correr, ora satisfeitas, ora insatisfeitas, com as suas vidas muito ocupadas de gente. Que pode ser gente boa, ou nem por isso, mas ainda assim, gente... De qualquer forma, não posso deixar de julgar, que talvez o sorriso delas não seja assim tão verdadeiro, mas uma camuflagem, um disfarce. Mas isso também não importa. O que me importa, é que o meu só surje se eu estiver feliz... E eu só estou feliz se me sentir bem, e rodeada de quem gosto e de quem gosta de mim, e não de quem dá jeito. E também não sorrio só porque sim...E no fundo, no fundinho, acho que se não fosse assim, teria inveja das Mulheres como eu... Pronto, vá lá entender-se estes pensamentos... Hoje deu-me para aqui. Deve ser do tempo...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Hum... Que estranho...


Hoje ligam-me de uma estação de televisão, em busca de casais que se tenham conhecido e apaixonado em lares de terceira idade. Por acaso tenho um, mas o Senhor em questão é de tal forma reservado que se recusa terminantemente a falar em público do seu amor pela Dona A. Respeito prontamente, como é lógico.
Logo de seguida, uma funcionária pede-me opinião para os sacos dos bolinhos para o casamento da filha. Dou, por simpatia...
Sento-me na minha secretária para fazer um telefonema, e descubro um alfinete pérola, caído não sei de onde, assim aos meus pés; tento saber de onde choveu, e não encontro qualquer explicação lógica... Começo a ficar preocupada. Casais, casórios, alfinetes de vestidos de noiva. Tudo num espacinho de dez minutos e comigo sempre envolvida. Será presságio de algo??? Oh Jesus Crist... Acho que vou de férias ( Ainda por cima vem aí o Santo António; cruzes canhoto!!!)...

Andar em volta...



Já sabem que gosto de falar de amores e desamores... Que me armo em sabichona e que vou mandando uns bitaites para o ar, como se fosse muito entendida no assunto... Ora cá vai mais um dia, em que amores e desamores me dão o mote. Porque oiço esta e aquela, e porque por vezes me questiono sobre o que é certo e errado. Duas pessoas envolvem-se... Assim, sem assumir relações, só porque passam bons momentos, e porque isso chega. Fala-se abertamente, não se sonha, só se vive... Certo, ou errado? Certo, se ambos se sentirem bem; errado, quando um dos dois sofre com o assunto... Como em tudo na vida; quando as partes envolvidas conseguem bem estar, a meu ver, nem que seja a fazer o pino uma tarde sem parar, qualquer programa, qualquer relação, qualquer atitude, tudo é válido. Pior é quando alguma das partes sofre, se magoa, e não se encaixa na conjuntura. Aí sim, temos um problema. Que é necessário resolver, pois o bem estar é o objectivo, é o fim. Ou se procede a uma adaptação, ou, em caso de incapacidade, o melhor é analisar a fundo perspectivas, vontades, ambições. E continuar a viver; please. Encostar ás boxes é na Formula 1. E a vida é por demais linda, para a reduzir a um circuito fechado, onde se corre à volta, sempre e só...

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