sábado, 27 de junho de 2009

Das escolhas...

Não sou propriamente pessoa de chorar sobre leite derramado; de me arrepender do que faço, ou de me corroer pelo que não fiz. Não deixo no entanto, em algumas alturas da minha vida, de me inquirir de onde estaria neste preciso momento, se tivesse feito diferentes escolhas, seguido outros caminhos. Dada a abrangência de oportunidades que se nos apresentam, temos de consciencializar, de que as hipóteses de não fazermos as melhores opções, são consideráveis, e bastante reais. Hoje, encontro-me assim, numa fase de análise profunda, por um caminho que escolhi. Não que me encontre propriamente arrependida de não ter escolhido outro. Escolhi o que achava melhor na altura, o que eu julgava que me ia fazer mais feliz.
E será que fui feliz na altura? Fui. Será que aprendi muitas coisas? Aprendi, claro. No entanto, esse sentimento de felicidade que me foi proporcionado não teve a abrangência que eu esperava, e foi significativamente menos duradouro.
Mentiria se disse-se, que nunca me arrependi de nada. Arrependi, errei, desiludi-me. Mas também vivi, e também cresci.
Obviamente existem alturas, em que os momentos bons que vivemos se esquecem, e dão lugar tão somente a mágoa, e a recalcamentos. De qualquer forma, é o nosso percurso, a nossa história, a nossa vivência. Ás vezes, costumo dizer em tom de graça que queria voltar atrás no tempo, e ao contrário do que se costuma dizer, não saber o que sei hoje. Porquê? Porque só a intensidade das experiências, a incerteza dos rumos e das escolhas, e a aprendizagem do dia a dia, nos permite experimentar a vida a uma dimensão plena, onde se erra, onde se acerta, onde se chora, onde se ri, mas acima de tudo, onde se vive, e onde se sente... E é nesses sentimentos, que vamos tendo momentos felizes...
Ora, e só a giza de conclusão, para eu ler e reler desenfreadamente, naquela altura da minha vida, foi a escolha que me fez feliz. Acarretou outros sentimentos menos bons, mas serviu para experimentar sensações fantásticas, que vão ser minhas para sempre. O lado lunar? Também existiu, é um facto; mas nada é perfeito...
Perdoem-me o desabafo, mas já sabem que de quando em vez me consulto a mim própria. Hoje precisava de me dizer isto a mim... Vocês não estão a ver, mas agora vou reler cem vezes :) Não vá a minha cabecinha, por vezes já tão fustigadazinha (e ainda por cima em final de semana, sim, porque eu trabalho hoje) , dar-se ao luxo de começar para aqui, com sessões de crises existênciais, devaneios trágicos, ou fixações em pormenores mais infelizes. Era o que mais faltava...

1 comentário:

  1. A única referência que existe na altura de tomar uma decisão é o presente já que ao futuro ainda ninguém foi :)
    Qualquer decisão que nos faça felizes ao tomá-la é, na minha opinião, uma boa decisão. E depois, nada é em vão :) Todos os percursos, por pequenos que sejam, servem para alguma coisa. Até aqueles que em certos momentos nos parecem ter sido tempo perdido :) cheer up

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