terça-feira, 30 de junho de 2009

Do regresso à Escola...


Desde há uma semana para cá, quinze dias vá, para não exagerar, soube de três casos de matrimónios ou relações desfeitas, de pessoas, que decidiram agora, já em adultas, cultivarem-se, e tirarem o RVCC, um Curso EFA, ou por aí fora, e por lá encontraram um novo amor. Ora cá para mim, isto tem uma carga de situações associadas, que não devemos descurar. Primeiro, que o pessoal anda por aí, certinho e direitinho, porque tem portas fechadas. Mal se abre uma nesga, é -los prai a saltitar para fora do cerco ( ou urinar fora do penico, eheh, gosto desta), como se não houvesse amanha.
Ele é Senhoras que por hábito andam por aí de batita ás flores e chinelita de gosto duvidoso, aprumadas até mais não ( ás vezes num estilo um bocadito a dar para o bimbo, mas vá lá, agente perdoa; é falta de hábito, e elas estão agora no início das lides); ele é senhores que normalmente só povoavam o cafézito da esquinola, e agora se armam de pastita, e se olham ao espelho e pensam olha, afinal até pareço um homenzinho; vamos mas é tirar partido disto...
Ele é Mulheres e Homens, numa harmoniosa cavaqueira, onde o lugar comum é a vontade de evoluir ( daí estarem ali), de percorrerem outras estradas, estradas essa, não raras vezes, condenadas pelos companheiros da vida ( que parece que adivinham que estão em risco de ser valentemente abandonados/as). E é vê-los em convívio saudável, a Mulher da chinelita, e o Homem da pastita, num joguinho de charme irresistível, onde sobressaem sorrisos patetas de quem, finalmente, encontrou algo de interessante na vida. E vai mais uma aulinha, e vai mais uma pausa para o cafézito, e vai um jantarito, e vão mais uma série de coisitas dignas de referência, mas não aqui, no meu Blog, muito do sério, pois então...
E andam por aí de boca cheia, com discursos do tipo, vai mas é estudar de noite; olha eu ando lá, e é do melhor que pode haver... Pois não, não há-de ser... Ver-se livre da "praga" que se tem em casa, e descobrir que há vida em Markl, e arredores, é do mais rico que pode existir...
Ora vem o nosso querido Estado, cheio de boas intenções, numa ( das poucas) política de educação, dar cultura, e a malta, cansada de pasmo, abre os olhos para a vida, saca das talas de burro, alarga horizontes, e inicia novas experimentações, sensações e sentimentos que até então desconhecia. São todos uns aproveitadores, é o que é. E o Estado, esse, nem pensou bem no que iria fazer com esta abertura de portas, que mais não são do que os caminhos mascarados do pecado.

Pronto, agora vou falar a sério... Preocupa-me um pouco a análise sociológica que faço do caso. Principalmente na faixa etária dos 30, 40 anos, encontram-se pessoas com uma experiência de vida limitada. Por diversas circunstâncias e vicissitudes. Isto traduz-se nesta situação que caricaturei, mas que não deixa de ser real e preocupante se levarmos a análise a fundo. São sentimentos novos, novas oportunidades ( este nome se calhar afinal, até nem foi coincidência), e abertura de horizontes de pessoas que os tinha fechados. Demasiado fechados.
Agora descobrem e conhecem novas pessoas, num ambiente propício a novidade e evolução, e como a ausência de vivências é significativa, aparece o encanto. Porque ainda não se tinha experimentado. E é fácil, nestas circunstâncias ficar encantado...
A política do Estado é sem dúvida favorável, bem como toda esta abertura, obviamente.
Resta no entanto esperar, que se invista um pouco mais na Educação e nos percursos de vida, para daqui a uns anos não existir por aí esta ignorância de sentimentos, expectativas e afins.
Para que deixe de ser necessário chegar aos trinta, e só aí acordar para a vida, e descobrir tudo o que ela tem para oferecer... Se é que me faço entender...

1 comentário:

  1. Gostei muito, do blog e dos textos.
    Fica o convite para visitar o meu blog também
    http://sandrablogwithaview.blogspot.com/
    Obrigada
    Sandra

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