terça-feira, 27 de abril de 2010

Ingenuidades e adaptações, ou de como eu não sei andar nisto...


A ingenuidade é tida como uma credulidade excessiva, juntando ainda numa mesma definição, parvoíce. Parece-me algo simples de se ter, porque é tão fácil acreditar, mesmo quando não se deve, se isso nos fizer felizes. Muito mais fácil do que questionar, ponderar, racionalizar. Será talvez uma fraqueza, diria, analisando à luz deste contexto. Apresenta-se como um trabalho de evolução como pessoas, a sua perca, ou seja, a adaptação à realidade, por vezes atroz. Quase me sinto muitas vezes, comigo e com os outros, a fazer um trabalho minucioso, a que me apetece chamar de maquinização de sentimentos. Numa tentativa exacerbada de deixarmos de ser puros e crédulos, para passarmos a ser uma arrumação de emoções. Um podes sentir, mas com cuidadinho. Um podes pegar-te, mas vê lá se não é muito. Um podes acreditar, mas a olhar de soslaio, e sempre sem perder o pé, não vá o diabo tecê-las.
Nos entretantos, amiúde, tenho uma vontade estúpida, em receber de novo a tal da ingenuidade, assim, de braços abertos, encostar-me e deixar-me ir. Para logo me recompor, e me lembrar que ainda hoje, pago por sê-lo. Porque às vezes, não muitas, mas demais, ainda lhe sinto o cheiro, que a sacana insurge-se. Ainda não estou portanto muito bem adaptada.
Apesar de alguns contras, tenho para mim que ainda lá chegarei. Temo apenas que nesse dia tudo perca o encanto.

1 comentário:

  1. é bom que continues assim muitas vezes "ingénua! ou "parva" ...o que lhe queiram chamar ...mas não deixes de ser tu :)

    bj
    teresa

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