segunda-feira, 26 de abril de 2010

Tardes


Na esplanada, come-se um Magnum de Coco, coisa fantástica. Folheia-se a Máxima, e questionamos-nos o porquê de pormos os olhos naquilo, nós, que temos uma bolsa moderada, por assim dizer. Punha-me num daqueles vestiditos, punha sim senhor. O azul da Donna Karen, por exemplo. E punha ainda uma jóia daquelas em forma de animal, cravejadas de diamantes, da Eugénio de Campos. Desejos profundos e longínquos, que se faça. Das conversas, impregnadas pelo mote da revista, surge a imagem. E a necessidade de se passar algo ao outro, como se de um objectivo supremo se tratasse. E trata, de facto. Eu própria me preocupo com a imagem, embora o meu cerne, seja o meu estado de espírito. O que julgo adequado ou não, ou o que me apetece naquele momento. Posso andar de chinela na rua e de sandália em casa, se assim me aprouver. A necessidade de transmissão de emoções que não se sentem parece-me desconfortável, pelo menos eu assim sinto.
Visto com muita facilidade a minha pele, camaleónica, mas minha. Mas tenho uma dificuldade imensa em fabricar sinais que não sejam meus. Limitações da transparência, diria.

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