Hoje é a festa de finalistas do rebento. Marca o final de uma época, o início de outra, enfim, um percurso, é o que é. É sempre com um orgulho do tamanho do universo, que vejo o meu pequeno a fazer as suas habilidades em palco. Cantos, danças, diabruras próprias de quem tem seis anitos. Enfim, um doce para mim.
Têm andado toda a semana a ensaiar, e ontem deixo o rebento a descansar com a avó. Ele queria. Eu não vi mal. À tarde, sou abordada por uma funcionária da escola que me diz em pânico que ele não foi. Eu sei, fui eu que não o levei. Não ensaiou, o último ensaio, diz-me ela em tom de crítica. Quero lá saber, digo eu em tom de quem não quer mesmo saber...
Perdoem-me a franqueza, e com todo o respeito que tenho pelo trabalho de quem os ensaia, aos seis, pouco me importa que salte para a direita, ou para a esquerda, desde que salte; que cante um lá, ou um si, desde que cante...
Visão patética? Respeito, se o acharem. Mas contraponho. Recuso-me, terminantemente, a incutir na cabeça daquele pequeno ser a pressão e o medo de falhar, assim, numa festa da Escola. Tem tanto tempo para essas coisas. Incuto responsabilidades à medida da sua idade; lavar os dentes, as mãos antes da refeição, e por aí fora. Também me importa que se porte bem, que aprenda, que evolua, que ganhe uma personalidade coerente e estruturada. Mas para mim, isso não passa por incutir nervoso miudinho. É só uma festinha. E são especialmente os momentos em que os outros rodam e o nosso salta que mais nos ficam na memória.
Portanto, reiterando o respeito pelo trabalho de todos, recuso-me, mas recuso-me mesmo, a cometer certos exageros que vislumbro, que deixam os pequenos qual varitas verdes, a roer as unhas, e de olhos arregalados, como quem diz, é agora que vou provar que sou bom... O meu? O meu é criança e chega... E isso, isso sim, é que é BOM
Estou tão de acordo que acho que até nós devemos nos eximir de certas preocupações exageradas. Há algunsa anos atrás tive um chefe muito inteligente.
ResponderEliminarCerta vez tive que representá-lo numa reunião da empresa. Antes da reunião me chamou e disse: Manoel, você vai à reunião. Sente-se à mesa. Enrugue a testa, faça cara de inteligente, mas nem preste atenção ao que se vai falar. E, por favor, não fale nada o tempo inteiro pois quem falar alguma coisa, e vão falar, vai ficar com um monte de papéis para dar solução e daquí uns dias ninguém mais lembra dessa reunião. Boa sorte!
Entendi a mensagem e trago isso para a vida. Só me preocupo com coisas realmente necessárias. Nada de politicagens para cima de mim. Só colabora com coisas sólidas e reais. Me alivia muito e posso ser útil de verdade.
Acho que escreví muito, né?...
Beijinhos de efetiva responsabilidade. Manoel.
Nem mais! É isso mesmo :)
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