sexta-feira, 9 de abril de 2010

Previsível


Toca o telefone e vejo que és tu. Entre duas balelas, dás uma no cravo e outra na ferradura, como de resto, já é hábito em ti. Estas amargas premonições assumem-se fortes, e eu não gosto delas. Existem coisas, que quer gostemos, quer não, não conseguimos banir. Insurgem-se, assumem-se. Quando as premonições são boas, claro que gosto, pela doçura da expectativa que antecede o momento. Estas, dispensava-as de todo. É como naquele dia, em casa da tua prima, em que eu já sabia, com um rigor doentio, o que tu ias dizer, porque deixas-te de me surpreender, porque nunca mudas-te nada. Eu acredito em mudanças, ou não fora eu interessada em mentes, e em trabalhar com elas. Pior de tudo, é quando a pessoa não quer, e fica assim, constante, e ciente da sua magnitude narcísica.

Como pessoa adaptável que sou, faço questão de mudar, e por isso, raramente deito roupa fora. Hoje, por exemplo, trago um casaco amarelo, que não vestia há anos, e estou a achar que me assenta que nem uma luva. Como se o resto fosse tão fácil assim.

3 comentários:

  1. Uma pessoa tem de se ir adaptando, caso contrário, nunca avançamos na vida, ficamos no nosso mundo, nós e só nós a achar que sabemos tudo.

    Em relação ao deitar roupa fora, raramente o faço. Costumo fazer uma coisa com uma amiga que veste o mesmo nº que eu, de vez em quando junto o que já não uso e ela também e depois trocamos, é como ir às compras e não gastar dinheiro!

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  2. Era bom que todas as adaptações fossem como as roupas, era!

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  3. Gostei.
    das duas partes. Ou era só uma? :)

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