domingo, 27 de março de 2011

Excepções

Nem se usa tal coisa, ou pelo menos eu, nunca tal houvera visto. Não terei por certo o dom da omnipresença, e dado esse facto cruel que consciencializo todos os dias, recheado de inveja pura pela grandeza da divindade que o atinge, poder-se-à concluir que tal ocorrência se dá com frequência, sendo apenas eu e os meus fracos olhos, que não a tínhamos vislumbrado ainda. A cadeia que nem publicito, por disso não necessitar, alberga diariamente centenas de crianças aos berros, que se atropelam por um tabuleiro recheado a gulodices e com um mísero brinquedo à mistura, que vai-se a ver, e é detentor de um papel crucial na marca. No meio de molhos e outras delicias, lambuzam-se deliciados, enquanto ingerem calorias sem fim, e saem felizes, com aquele bocado de plástico ao qual chamam brinquedo, que à venda em qualquer estabelecimento, mofaria com certeza, dada a ausência de potenciais interessados. O de hoje, era uma qualquer carripana, com um crocodilo que salta, mas com jeito, que ao se não, cai antes de saltar, coisa suficiente para enervar uma gente pequena, teimosinha, como só ela sabe ser. Mas o que me saltou aos olhos, nem foram estes cenários, habituais e corriqueiros, iguais aos de sempre. O que me saltou aos olhos, foi um filho cinquentão e barbudo, que acartava tabuleiros de hamburgueres e outras delícias para um casal octogenário ou coisa que o valha, que se encontrava em sossego numa mesa. Na chegada das delícias, e nos olhos dos três, li o que costumo ler nos outros olhos, ou seja, prazer e satisfação. O hamburguer deles não tinha brinquedo, mas sou totalmente a favor de um qualquer chamariz para esta faixa etária se regalar, e quebrar as dietas de colesterol uma vez por semana. Saíram antes de mim. Não antes de se regalarem com um gelado de caramelo quente. Não me fiz rogada, e segui o exemplo, que os mais velhos, são detentores de sapiências dignas de aproveitamento.

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