segunda-feira, 28 de março de 2011

Omeleta

Tenho momentos em que me apetece comer qualquer coisa específica. É de sempre, não constituindo portanto qualquer tipo de prognóstico, no qual alguma mente fértil possa incorrer. A minha vizinha de baixo, é uma das sérias ofensas à minha capacidade de resistência, dado assaltar-me com verdadeiros acepipes olfactivos, que seguem a ordem natural deste tipo de substâncias, ou seja, sobem. Por vezes, tal como hoje, nem necessitam de tal trajecto, sendo eu em pessoa que lhe passo na porta, e que levanto o nariz, tal e qual cão esfomeado, perante o magnífico cheiro de uma omeleta. E perguntam vós e bem, mas o que raio tem uma omeleta de divinal, e respondo eu, que tem muita coisa, dado constituir um acepipe que se encontra dentro de uma das caixas estranhas da minha existência, a par e passo com a salsicha ( ou será salchicha?), o atum e a cavala enlatada, entre outros, que agora nem me ocorrem. Passo a explicar. Se ingeridos com regularidade, são petiscos capazes de me causar um enjoo monumental, daqueles sérios, banidos a água das pedras ou a Alka Seltzer. Podem ainda não ser comidos com tal frequência, mas sim de uma só vez em quantidade significativa, facto também mais do que suficiente, para me deixar de náusea instalada. No seguimento de qualquer uma das duas, necessito de um considerável período de abstinência, para que a vontade de ingestão me assalte outra vez. Por esta hora, e a ser lida por algum comparsa, por certo alguma ilações serão retiradas, mas enfim, que se divirta a fazê-lo, que eu faço o mesmo vezes sem conta. Mas e então que omeleta, era coisa onde eu já não metia o dente há tempos, pelo que aquele cheiro escada acima, percorreu-me as entranhas estomacais, deixando o meu mísero corpo fraco de tanta gula, coisa que só passou agorinha à pouco, quando ingeri uma doiradinha omeleta, redonda e com molho de tomate. Soube-me a figos.

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