sábado, 21 de abril de 2012

Dos bons e dos maus ( Os assim assim, deverão ficar algures no meio)

Hoje ouvi falar de estabelecimentos educativos, de ensinamentos, de alunos. Já li também esta semana, uma possibilidade de se dividirem os maus dos bons, qualquer coisa como um apartheid dentro das escolas, aquele sítio onde as crianças deveriam aprender grandezas para além de números, letras, e raciocínios lógicos e infalíveis. Uma das coisas que se deve fomentar na escola, não digo aprender, por me parece que essa aprendizagem deve começar bem mais cedo, é que neste mundo, e muito embora não sejamos todos iguais, porque não nascemos todos em igualdade de condições e oportunidades, deveríamos sê-lo, e num mundo ideal seríamos. E sendo assim, e apesar de não passar de uma utopia, o respeito, a partilha e o intercâmbio, por serem excelências que tão depressa podem desaparecer, deveriam ser incentivadas até ao infinito, em pequenas coisas, todos os dias. E essas pequenas coisas podem ser coisas simples, como o sentarmos na carteira ao lado do menino que sabe a matéria um pouco melhor, o menino que sabe menos, porque a vida, as circunstância, as desigualdades e as injustiças assim o quiseram. Até porque nós enquanto seres humanos, temos um poder grande dentro do corpo, e esse poder chama-se vontade. E se a nossa vontade for contribuir, quem sabe um dia esse menino não vai ter uma vida um pouco mais fácil, ao invés de uma vida que o junta com outros meninos que sabem menos, e que todos juntos podem formar desde cedo uma associação de meninos, que não chegam ao patamar exigido pelo ensino e pela sociedade. Até porque este ensino não é um ensino qualquer. É um ensino que se quer eficiente e competente, mas onde o que se sente, o que se vive e o que se pode partilhar, ou até sofrer, não interessa nada porque não vem devidamente contemplado nos objectivos que a criança deverá atingir ao final do ano. Pode até nem alcançar mais nada, que se conseguir parametrizar o que aprendeu é mais do que suficiente, nem que lhe faltem outras coisas, diversas coisas, inúmeras coisas, que se calhar estão reunidas nos outros meninos que estão sentados à parte, numa outra sala, a esforçarem-se por aprender a juntar o B com o A. E é nesta sociedade que eu vivo e educo o meu filho, onde se consideram hipóteses de segregação que não deveriam sequer ser imaginadas, quanto mais faladas e discutidas, como se constituíssem uma solução para um problema abrangente que se queria analisado de forma ponderada e decente, e não com bitates deitados ao ar por gente que se parametrizou em tempos, mas que se esqueceu de crescer de outra forma.


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