quinta-feira, 12 de abril de 2012

Livros

Emprestaram-me um livro. Não aprecio livros emprestados, gosto de livros meus, para eu poder rabiscar, devorar, apoderar-me de cada palavra e cuspir cá para fora o que eu quiser, sem que o rabisco possa ofender alguém que seja possuidor da obra, e que obviamente não aprecia os meus desaires. Expando-me muito quando absorvo palavras, é um vicio de rica, que hoje em dia não se podem comprar livros ao sabor da vontade, sendo que o empréstimo é qualquer coisa que já faz parte do meu dia a dia. Experimento entretanto expandir-me num caderno, uma obra prima que comprei na fnac com outros propósitos que não foram cumpridos, e que tem uma gata horrorosa vestida de juíza. Uma aberração, tal e qual grande parte do que lá vai dentro.

( Todos os alunos deveriam, e a partir de muito cedo, ser incentivados a escrever quando lêem. Nada de resumos, mas sim expulsões. Deitarem cá para fora o que lhes apetece, enquanto sorvem palavras sábias escritas por Eça, Saramago, Agustina, ou outros com carácter mais precoce.  Um exercício de auto análise importantíssimo e barato, junção esta muito rara, quase que inexistente, e extremamente desaproveitada.)

2 comentários:

  1. Quando era aluna detestava resumos. Como professora, detesto-os igualmente. Sempre em sintonia, Carla, fantástico.

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  2. Gosto de os rabiscar, sublinhar, e de os assinar com a data em que passaram a ser meus :)

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