domingo, 18 de outubro de 2009

Bode expiatório. Ou vários...

A gula perseguiu-me até ao jantar de família. No prato, própriamente dito, nada de extraordinário. No pós, é que a porca torce o rabo. Broas, fritos, figos secos com nozes ( outra delícia que ontem nem referi). Começa a minha luta desenfreada.
Nos entretantos, e no meio da reunião familiar, surgem temas delicados. Na nossa família existem alguns. Porque temos abordagens diferentes, senão mesmo opostas. No mesmo jantar, falou-se de cuidados paliativos, eutanásia, interrupção voluntária de gravidez. Eu, recuso-me a assumir posições extremas. Porque, e ora não fora eu Psicóloga, não consigo deixar de pensar, que cada caso é um caso. São temas demasiado delicados para extremismos. Envolvem vida, morte, dor, e afins. Mas isto sou eu, obviamente. De um lado, uma Enfermeira, frequentadora de uma pós graduação em cuidados paliativos, e para quem lutar pela vida, é o objectivo supremo. Sempre e até ao fim. Do outro lado, uma cinquentona teimosinha, detentora de verdades absolutas, que diz de sua justiça, de forma atabalhoada, fundamentada apenas no seu senso comum. O meu rebento, nos entretantos fugiu para o Panda, e fugiu muito bem. O chefe da família, também desertou, levando consigo a fera guardiã da casa. Deixaram-nos a nós, Mulheres, cada uma com a sua perspectiva, ao molho na cozinha. E isto de Mulheres, falando cada uma de sua justiça, tem que se lhe diga. Tem tem. Pela minha parte, e apesar de respeitar pontos de vista diferentes, fico sempre um bocadinho em riste, com posições extremas. É de mim, que se há-de fazer. E essas posições assumidas pelas outras duas avezinhas lá de casa, causam-me urticaria. E foi delas a culpa do que eu ontem comi. Delas e só delas. Uma de cada lado, buzinando efuzivamente os meus ouvidos, e todas as iguarias acima descritas, dispostas, bem defronte a mim, na mesa da cozinha. Não se faz. Vou processá-las...

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