Há dias em que devería ser mais do que uma. Para poder estar em vários lados ao mesmo tempo. Hoje, por razões extremas não posso abandonar o estaminé. Mas queria, agora mesmo, estar sentada no auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, a ouvir os Especialistas a falar sobre Alzheimer. Porquê? Porque a par com o Cancro, ou a Depressão, é uma das doenças do Século, que atinge milhares de Idosos. Não se fala tanto. Pois o alvo são os idosos. Mas existe.
O nosso País, como em tantas outras coisas, não está preparado para albergar dignamente estas pessoas. A minha veia, não direi crítica, pois não gosto da palavra, mas analítica, depreende no dia a dia diversas conclusões sobre o assunto. Quando os Serviços onde trabalho, são procurados por pessoas, em busca de respostas para os seus familiares, e que não conseguem economicamente suportar o serviço. Porque as reformas são baixas. Os apoios quase inexistentes. Porque o estado não apresenta soluções eficazes. Porque as unidades criadas com vista a responder a estas questões não chegam. Quem não tem casos por perto, não abrange a dimensão real do problemas. Um problema concreto e sério, que atinge diversas famílias, e onde Idosos e Cuidadores vivem uma angústia constante. Quem me lê, e não conhece a problemática, poderá julgar que dramatizo. A quem o julgar faço um convite.
Imaginem-se com 65 anos. Agora imaginem que vão ás compras e não sabem o regresso a casa. Imaginem ainda que querem pedir uma colher para a sopa, e que não se lembram, do nome. Imaginem também que chega alguém de sempre, que os aborda, e que vocês não lembram quem é, o nome, ou de onde vem. E agora, ponham-se no lugar do Cuidador. E imaginem o que é deixar alguém em casa, que poderá muito bem esquecer de tomar os medicamentos. Ou que pode pôr comida ao lume e não mais apagá-la. E que pode ainda sair, sem destino, e não mais saber voltar. E agora, sigam o fio condutor da imaginação, e imaginem que procuram auxilio. E que os sítios acessíveis não têm vagas. E que financeiramente, não conseguem atingir os outros.
E agora, se conseguirem, imaginem o que vão fazer. Conseguem??
O nosso País, como em tantas outras coisas, não está preparado para albergar dignamente estas pessoas. A minha veia, não direi crítica, pois não gosto da palavra, mas analítica, depreende no dia a dia diversas conclusões sobre o assunto. Quando os Serviços onde trabalho, são procurados por pessoas, em busca de respostas para os seus familiares, e que não conseguem economicamente suportar o serviço. Porque as reformas são baixas. Os apoios quase inexistentes. Porque o estado não apresenta soluções eficazes. Porque as unidades criadas com vista a responder a estas questões não chegam. Quem não tem casos por perto, não abrange a dimensão real do problemas. Um problema concreto e sério, que atinge diversas famílias, e onde Idosos e Cuidadores vivem uma angústia constante. Quem me lê, e não conhece a problemática, poderá julgar que dramatizo. A quem o julgar faço um convite.
Imaginem-se com 65 anos. Agora imaginem que vão ás compras e não sabem o regresso a casa. Imaginem ainda que querem pedir uma colher para a sopa, e que não se lembram, do nome. Imaginem também que chega alguém de sempre, que os aborda, e que vocês não lembram quem é, o nome, ou de onde vem. E agora, ponham-se no lugar do Cuidador. E imaginem o que é deixar alguém em casa, que poderá muito bem esquecer de tomar os medicamentos. Ou que pode pôr comida ao lume e não mais apagá-la. E que pode ainda sair, sem destino, e não mais saber voltar. E agora, sigam o fio condutor da imaginação, e imaginem que procuram auxilio. E que os sítios acessíveis não têm vagas. E que financeiramente, não conseguem atingir os outros.
E agora, se conseguirem, imaginem o que vão fazer. Conseguem??
Boa. Então sou mesmo eu que sou dramática...
É mesmo por aí, CF.Para nos aproximarmos da realidade das situações, nada melhor do que nos colocarmos "na situação", exercício que nos aproxima,embora de leve, do drama. Um dia, li isto + ou - assim, de um cego: para saberes como vivo, não basta fechares os olhos por um minuto, venda-os por uma semana e saberás um pouco, como é viver no escuro.
ResponderEliminarO meu avô tem alzheimer.
ResponderEliminarSinceramente, acho que ainda não me mentalizei ou ainda não interiorizei a verdadeira dimensão da palavra alzheimer...aos poucos...
Quanto a ele, parece-me feliz, não se lembra que se esquece...
Será?
:(