O que me faz reflectir... Todos os textos que aqui publico são de minha autoria, e as personagens são fictícias. Excluem-se aqueles em que directamente falo de mim, ou das minhas opiniões, ou onde utilizo especificação directa para o efeito.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Morreu-lhe alguém minha menina?
Não obstante o calor que ainda se sente, o cinza do dia sacode-me. Desperto bem cedo, como de resto já é hábito. Abro a janela, e magico no que irei postar sobre mim. Ambiciono um dia vir a trabalhar num qualquer sítio onde a farda me substitua as dores de cabeça matinais. Uma farda como deve de ser, obviamente. Não uma qualquer bata fatela e descolorada. Qualquer coisa entre camisa branca e fato de saia e casaco, por exemplo. Que poderia compor com um lenço diferente todos os dias. Uma dor de cabeça muito mais comedida, do que a de uma toilette inteira. Nos dias em que a véspera não foi proveitosa em termos de composição mental de alguma boa opção, a manhã revela-se, por norma, pouco imaginativa. O básico assume-se, em todo o seu esplendor, e o risco é reduzido ao mínimo. Hoje, o look foi entre o cinza e o preto, rematado com uma flor na lapela. Valeu-me até agora um infindar de perguntas intrigadas, emitidas pelas minhas velhinhas. Morreu-lhe alguém minha menina? Faz-me pensar. Eu, que até gosto disso. Que nos dias de hoje, o luto de outrora perdeu significado. Se em tempos, Mulher que ficasse viúva deveria perseguir o preto até ao final da vida, sinal da sua eterna perda e tristeza, hoje, a sociedade evoluiu no sentido de uma maior libertação. Uma libertação possibilitadora da continuidade de um percurso, que ainda não morreu. O preto deixou de ser sinal de tristeza, para passar a assumir-se com uma cor obrigatória no guarda roupa de qualquer Mulher. Bons caminhos estes. Que separam coisas que por nada devem estar juntas, mas que, por vezes, o Ser Humano teimava em juntar. Cores e sentimentos não têm de ligar. Só se quem as usa assim o entender. Não minhas queridas, não me morreu ninguém. Sou só eu e o preto que combinamos muito bem.
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Eu acho que tenho vizinhas que pensam que eu trabalho numa agência funerária.
ResponderEliminarEu também gosto muito de preto...e faz-nos sempre mais elegantes..."um must"...
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