quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Dispensava...

Empertiga-me um pouco a falta de competência. O fazer só por obrigação. Como interessada na matéria de vocações, entendo que nem toda a gente faz o que gosta. O mundo é mesmo assim, e contos de fadas são os da Cinderela, e não as histórias de vida comuns de cada um de nós. A nossa toca o real. O concreto, o necessário. Se pudermos desempenhar tarefas em áreas de eleição, ainda bem. Se não desempenhamos e temos possibilidades de lutar por fazê-lo, óptimo. Se nos é de todo impossível mudar o ramo, parece-me por bem agarrarmos com alguma, senão muita garra, o que nos aparece. Senão entramos num marasmo doentio, do fazer por obrigação, o mínimo exigível, sem ambição, sem brio.
Lembro-me de, nos meus tempos de estudante, já analisar esta realidade. Por me deparar com Professores e com Senhores Professores. Uns limitavam-se a despejar matéria. Outros também nos transmitiam conhecimento, mas com gosto, com empenho, com paixão. E não obstante, a carreira de Professor poder ter algumas condicionantes que afectem o estado de espírito, como a distância de casa, o cerne nem estava, muitas vezes aí. E é tão diferente aprender de uma forma ou de outra.
Hoje deparo-me próximo, bem próximo de mim, com essa grave lacuna.
Não gosto. Porque não gosto de a encarar. Porque não a suporto. Porque todos saímos a perder, incluindo o próprio mentor. Não entendo muito bem, como mais ninguém aqui nos meus arredores, percebe isto. E assim se deixe andar.

2 comentários:

  1. Tenho um variado percurso profissional, desde algumas profissões detestáveis (para mim) para pagar as propinas na faculdade que abrangiam cabeleireiros, lojas, passar camisas a ferro, etc a actividade que se enquadram na minha escolha de eleição como a exercida actualmente. Sempre tive como lema:
    - Faça o que fizer tenho de ser a melhor, invisto todo o meu empenho e sabedoria e se possível, num gesto de pro-actividade inovo, o que nem sempre é bem visto, muitas vezes pelos colegas e outras pelos chefes que de certa forma vêm isso como uma ameaça ao seu trabalho, vá se lá saber porquê.
    - Mas o mais importante:faço-o sempre com respeito ao próximo.
    - Não tenho medo de abraçar novos desafios, aliás, fazem-me falta. Quando sinto que já aprendi tudo o que precisava no que estou a fazer, sinto uma necessidade imensa (que me chega a dar comichão) de mudar e querer mais.
    Aliás as pessoas imbuídas de um espiríto de deixa andar, amanhã faço e o fazer por obrigação...também me dão comichões...
    :)

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  2. Depois de ler o que escrevi, sinto necessidade de me explicar em relação às actividades que acho detestáveis, a ler assim, não ficou lá muito bem e deixa dúvida ao que me refiro. Quando digo detestáveis, tem tudo haver com a minha não vocação, são profissões demasiado repetitivas, sempre iguais (sim, porque no cabeleireiro apenas varria o chão e lavava as cabeças...mas lembro-me de inventar uma massagem capilar fantástica que todas as clientes passaram a querer...era um agrado especial).
    O detestável nada tem haver com a profissão em si por si só.
    Achei por bem, deixar claro!
    :)

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