quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Dos Homens que eu não queria ser...

Já sabem que por vezes profiro que gostava de ser Homem. As vezes, e alguns Homens. Hoje, experimentei a forte sensação, de que não queria ser determinados Homens. Passo defronte a um grupo de engravatados, a fumar na porta de um qualquer Banco. Um espectáculo que por si só não me agrada. Não tenho nada contra quem fuma. Eu própria, por vezes, rendo-me ao prazer de uma cigarro. Mas confesso que não gosto de ver gente a fumar aos montes na rua. Nem Mulheres que andam e fumam ao mesmo tempo. Não combina. Manias, reconheço, entre tantas outras. Mas adiante. Um molho considerável de Homens, vislumbravam a manha, deitavam fumo pela boca e olhares lânguidos a quem passa, num cenário a roçar o deprimente. Oiço um piropo rançoso e desagradável, da boca de um deles, e fico enojada. Presumo que não fosse para eu ouvir. Mas ouvi. Tenho bom ouvido, sempre disseram.
Fico pensativa, e verifico internamente, que existem muitos assim. Com necessidade de se afirmarem perante o olhar cínico do comparsa do lado. Mais uma vez a minha vertente profissional acende-se de imediato. E reservo-me no direito de, internamente, julgar cruelmente discursos destes. E introduzi-los quase inconscientemente no compartimento de determinadas frustrações. Que patentes e vincadas necessitam de compensação. E, no seguimento dessa compensação, assumem-se figuras ridículas e patéticas. Julgo que ficam a perder. As Mulheres, no geral, não gostam dessas abordagens. Eu não gosto nada. Não que me intimidem, pois por norma, e se quisesse descer o nível, tinha resposta na ponta da língua. Mas porque me repugnam. Intensamente.

E como já não falo disso há muito tempo, e porque nunca é de mais falar, aproveito para reiterar o valor do Cavalheirismo. Deveria decerto ter nascido numa outra era, eu sei. Mas nasci nesta, e não há nada a fazer quanto a isso. Vale-me ir vendo alguns, ainda em número considerável, por aqui e por ali. Qualquer dia guardo um só para mim.

4 comentários:

  1. Pensei que esse tipo de "piropos" já não se usavam. Não seriam camionistas ou trolhas disfarçados de bancários?

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  2. Não me pareceu. Deixo o benefício da dúvida :)

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  3. Há algum tempo que percebi que um fato e uma gravata só enfeitam o feitio escabroso de alguns homens. Fazer o quê?
    Quanto ao cavalheirismo, na nossa geração não me apercebo dele. Talvez nos homens com 10 anos a mais. Talvez a culpa tenha sido das feministas, vá-se lá saber?
    No entanto, tento incutir algumas regrinhas no meu pequenino. Vamos ver se resulta...

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