terça-feira, 25 de agosto de 2009

:)

Hoje vim para o trabalho, atrás de uma mula, com uma carroça, e algumas crianças de raça Cigana lá dentro. Guiadas por um Homem de barba branquinha e chapéu preto a contrastar.
Fez-me regressar aos meus tempos de menina, quando brincava com eles, ás escondidas da minha avó, que teimava em proibir-me. Não sei se por algum traço de racismo, se pelo medo de que atrás de mim viesse algum piolho, ou mau comportamento. Eu, Senhora do meu nariz, e um pouco rebelde já de pequena, fugia sempre que podia; levava-lhes guloseimas ás escondidas, e ouvia as suas histórias, típicas de povo nómada, que acampava atrás da minha casa, algumas vezes por ano, e em muitos outros sítios, nos restantes dias. Lembro-me do nome deles; a C, tal com eu, o A., a F. Aprendi alguns palavrões com eles. Daqueles que me punham de boca aberta, não propriamente por ficar escandalizada, mas por não saber muito bem o que significavam. Mas aprendi também que para se cantar, basta vontade, para se ser feliz não é preciso fartura; que para se ter uma família não são precisas paredes, e que, se quisermos, o mundo pode ser a nossa casa. Como em todas as sociedades, culturas e tradições existem o bom e o mau. E de resto, nós somos inteligentes, e só retemos o que queremos. Logo querida avó, obrigada pela intenção, mas não te preocupes. Aprendi coisas feias, é um facto. Mas não só.

2 comentários:

  1. Os ciganos têm um segredo - vivem em estreita comunidade, mesmo quando espalhados pelo mundo nunca estão sozinhos.

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  2. Infelizmente dessa raça guardo muito más recordações, especialmente quando aparecia um bando na minha rua e levava a nossa bola. Tive menos sorte nas amizades do que tu, pelos vistos...

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