sábado, 29 de agosto de 2009

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Não em muitas, mas em algumas situações quase que admito o conceito de eternidade. Porque existem sentimentos assim, eternos. Que o tempo não apaga, e que nos corroem por dentro com uma intensidade brutal. Porque os empurramos, com todas as nossas forças para o fundo das entranhas, arrumamos, o melhor que conseguimos, mas que são como a caixa de bombons no canto mais recôndito do armário. Está lá, e vamos lá bater, uma e outra vez. Porque existem ligações cujo nome não sei bem qual é, mas arrisco chamar de amor, que são de tal forma profundas e perfeitas que são nossas para sempre. Pode atenuar-se, esbater-se, com a ajuda do nosso esforço, mas só. E por isso sinto-me plena ao acreditar que para além do corpo existe a alma. E ai, tudo o que eu quero pode ser meu. Pertence-me quando quero, onde quero, como quero. E porque a alma não tem fim, uma vez ligadas, as almas perfeitas estão ligadas e pronto. No nosso mundo imperfeito podemos não conseguir levar ao expoente máximo os sentimentos, as vontades. Por isto, por aquilo, por erros, ou qualquer outra coisa. Dói, corroí, magoa. Não, não é fácil lidar. Persegue-nos, tira-nos as forças, esta luta antagónica, entre o que queremos tanto, mas temos de não querer. E queremos, e queremos. Por vezes, quase julgamos vencer, para numa curva do tempo, num olhar ao acaso, tudo voltar a emergir, com o intuito supremo de nos atormentar a alma, já cansada, já desfeita. Ás vezes não entendo a crueldade do mundo. Nós somos humanos, erramos. O mundo não perdoa. O amor, também não, e o Miguel Esteves Cardoso sabe o que diz...

2 comentários:

  1. hoje tenho de pegar nas minhas ligações e empurrá-las bem para o fundo, porque é algo que teve o seu tempo, passou e não tem como existir hoje.

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  2. É bem verdade =D*
    Marinho

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