segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Mãe, diz-me onde nasci...


Já por cá vos falei do facto de considerar que no nosso país, o ciclo final da vida, acontece muitas vezes de uma forma fria, vazia, brutal, longe de quem se ama.

Ontem, num documentário interessante, revejo esta perspectiva numa outra fase. O nascimento. O início de tudo, os momentos mágicos de se dar vida, e de a trazer ao mundo.

Mulheres e Homens, Pais, que escolhem que o seu filho deve nascer em casa, na intimidade de quem o ama, e não no meio de aparelhos, gente que não se conhece, e a quem se entrega, assim, de bandeja, quem já é o ser mais importante das nossas vidas.

Com a ajuda de Enfermeiras parteiras, estas Mulheres dão à luz de uma forma diferente.

Pela minha parte, louvo, mas acho que teria receio de arriscar. O medo de algum imprevisto, e a distância até ao Hospital mais próximo, no caso de alguma emergência, toldam-me o pensamento, e decerto me impediriam de tomar uma atitude destas.
De qualquer forma, leva-me a repensar, no quanto os nossos Hospitais deveriam evoluir, no quanto se deveria reservar um ambiente mais intimo, mais pessoal. Fala-se por aí de evolução na matéria, de que os pais assistem , podem cortar o cordão... Não é bem assim, na maioria das vezes.
Na minha experiência, há seis anos atrás, e embora não possa criticar o serviço, pois dentro da norma, foi razoável, a história não foi esta. Aguardei numa sala, juntamente com outras parturientes, umas horas, enquanto o processo se desenrolava. Estávamos sozinhas, pois a presença dos Maridos de umas e de outras, incomodava, como é lógico, as outras Mulheres. De seguida, passei num ápice para o bloco de partos, e quando o pai foi chamado, já o pequeno estava cá fora, tendo sido de imediato levado por um pediatra, que nunca tinha visto, e que nunca mais voltei a ver. Para além de outros pormenores que não importa referir, mas que fazem com que a situação fosse desenrolada de forma impessoal, muito longe do ideal.
Provavelmente nos serviços particulares, a qualidade será outra. Falei de um serviço público, que de resto, é onde nascem a maioria dos nossos bebés...
O nascimento do meu bebé, não perdeu magia, e o dia em que o pus no mundo continua a ser o mais feliz da minha vida. De qualquer forma, mais qualidade, mais intimidade, pessoas mais vocacionadas a assistir, teria sido bom. Não era mais um bebé a nascer. Era o meu bebé. E isto é valido para todas as mães e para todos os bebés.

1 comentário:

  1. Antigamente toda agente nascia em casa. É calro que os riscos eram, e continuam a ser, maiores - morria-se mais, muito mais.
    Essa ideia de ter um serviço mais "personalizado" nos hospitais seria a ideal não fora a logística que isso implica...
    Nos hospitais particulares há mais privacidade e os pais podem estar ali, a participar, só que depois têm o hábito de nos tirar os bebés, de os levar para o pé uns dos outros, em berçários impessoais... enfim, não é fácil conseguir-se a perfeição que um momento desses exige.

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