terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Dores

Há nove anos atrás, por esta altura, estava muito redonda. Prestes a deitar cá para fora o meu filho, que quis ver isto um pouco mais cedo do que o esperado. Não me lembro muito bem dos apertos, das mãos que me entraram no corpo, das caras que me cercaram enquanto gritei. Lembro-me do exacto momento em que o vi, escuro e engelhado, no minuto em que deixou de ser meu. Senti o alívio do abrandamento, a plenitude do sentimento, a dor da separação. Fiquei cansada nesse dia. Deixar soltar do ventre o que de mais precioso o mundo nos deu, custa. Tal como custa a continuidade de o deixar ir mais um bocadinho, todos os dias.

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