Amontoam-se aqui ao meu lado, como se macacos fossem, nem bem sei quantos são. Julgo que uns dez, no mínimo, pelo barulho que fazem. Todos os dias de manha, iniciam o abandono da habitação por fases, um ou dois de cada vez, envergando o tradicional penico na cabeça e o avental com um porco cor de rosa. Desde a chegada, em meados de Outubro, até Dezembro, ou até talvez Janeiro, que nem bem me lembro, palmilham a cidade neste propósito, faça chuva ou sol, seja dia de semana, feriado ou santo. Julgo que o regime implantado seja pior do que o militar, ou pelo menos assim parece, que só isso justifica tamanha aderência por parte da população estudantil, que se vê sujeita a uma doutrina cabal.
Nem me incomodam em demasia, para além de algum barulho, vindo directamente da porta ao lado. Melhor, alegram-me o espírito, pelas doces memórias. Sou uma boa vizinha, chamemos-lhe assim.
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