Encontro-me, por ora, embrenhada na última obra adquirida, por demais real e precisa. Muitas das gentes que com eles lidam no dia a dia, estão a anos luz desta crua realidade. O ritmo acende-se, o hábito instala-se, e vê-se chegar mais um, ou vê-se partir, que isto depende do dia, das luas e do tempo. Mais um apenas, e não mais alguém. Há pessoas a quem o hábito tolda, que parecem apagar-se para o mundo e para o sofrimento alheio. Talvez para se protegerem, o que não deixa de ser, muitas das vezes um egoísmo cruel. Chega o francisco, como chega o mauel ou a maria. Deixados por alguém, que ás vezes se preocupa, outras vezes não, ninguém sabe, mas também não importa, porque é só mais um, que fica ali, entregue a outrem, a quem não se dói. Já sabia que ia vibrar com a história. Talvez esteja a acontecer em maior intensidade, do que eu imaginava.
No meu dia a dia, tento protege-los e apagar-lhe aquele sentimento de inutilidade, de desprezo, de fim. Faço questão, absoluta, de acompanhar a chegada, de fazer o acolhimento, de manter o mesmo espaço a todo o custo. Picuinhices, dizem alguns, que deveriam ser obrigados a experimentar o sentimento de vazio que povoa aquelas cabeças velhinhas e perdidas, mas quem sabe um dia. Do que já li, admito que me fascina a capacidade realística do autor. Que ou acompanhou de perto, muito de perto, alguém nas circustâncias, ou tem uma sensibilidade fabulosa, para captar uma realidade assustadora, que foge, na maioria das vezes, a quem os cuida. Talvez a sapiência, esteja na capacidade de ver e sentir, mesmo que ao longe. Que quando sensível, ultrapassa quem vê de perto, com olhos distantes, coisa que existe por aí em demasia. Estou a amar a leitura. Entendo-a a 100%. Não fosse a extraordinária capacidade de escrita do autor, e quase diria, que poderia ter sido eu a escrevê-la.
Sabes? Gosto quando escreves de peito, de alma aberta!!
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