Seguindo numa de estilos, refiro por ora, um Senhor que por mim passou, logo pela manhã. Sim, porque o dia foi denso, tenso, e outras coisas assim, e eu necessito de amainar o espírito. Meia idade, cabelo grisalho, óculos finos. Pasta na mão, chapéu de chuva preto na outra. Calça vincada, camisa clara, gravata em tom verde forte. Blazer aos quadrados, irrepreensível, como remate. Não tinha uma boina, mas eu tive pena, porque sou fã. De boinas, chapéus, e outros que tais. Fez-me lembrar este Senhor aqui ao lado, que já me fez suspirar forte em tempos de adolescência. Tempos idos, portanto, que agora, já não suspiro assim tão fácil, e muito menos à distância. É uma das coisas que tenho saudade, é pois. A capacidade de sonhar acordada, suspirar, rir, construir, imaginar patetices tamanhas, que chegam ao cúmulo de quase parecer reais. Confesso que cheguei a traçar planos quase viáveis ( na altura, eram mesmo) de conhecer o dito. Que logo ficaria apaixonado por mim, claro. De qualquer forma, e ainda que na ausência da boina, posso dizer que o dia teve um bom começo. Decorreu com algum stress, mas enfim, vinha feliz e de objectivos conseguidos.
Assusto-me porém, quando já noite entrada, cumprimento tudo e todos com um sorriso rasgado (sempre), e com um doce bom dia. Coisas. Assustadoras, estas. Ainda por cima, porque obtenho, quase invariavelmente como resposta, o tradicional é da idade.
Gente mázinha esta.
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