Esta coisa das fidelidades, a mote da revista nós, tem que se lhe diga. Já cá falei delas, mas é um tema tramado este. Cada vez mais acho, que fiéis são os cães, e pouco mais, que esses sim, abismam na nossa ausência, e não vão logo de rabo alçado, em busca de novo dono. Em esforço considerável, das quatro Mulheres lá de casa, um esforço sério e reunido, diga-se, analisando diversos casais das redondezas das quatro ( muitos portanto), concluímos, com alguma estranheza, que necessitamos de tempo considerável, para apontar um casal digno de referência. E digno de referência, trata casais sem infidelidades declaradas, o que não quer dizer, obviamente, que elas não existam clandestinas e feitas assim com jeitinho. Vivemos hoje, numa sociedade onde muito se trabalha, e pouco se investe nas relações. Onde o tempo de deleite é cada vez menos, e a paciência para a conquista do que já é nosso (?), não abunda. Para além disso, o conceito de felicidade e realização, está muito mais abrangente, e as pessoas acham que podem avançar e experimentar outras situações, se a que têm em casa, não as faz felizes. O tédio é um inimigo dos potentes, e nada há a fazer quanto a isso. Ou melhor, haver, há, mas exige esforço, e nós não vivemos nessa era. A nossa geração, dizia-se há uns tempos, que é rasca. Eu na altura não acreditava, mas agora, já penso melhor. E então, no meio do facilitismo, do desrespeito, e do umbigo no expoente máximo, é hora de animar a malta. Aqui e acolá, e logo à noite estamos todos juntos outra vez, porque assim é muito mais fácil. Na mesma casa, na mesma mesa, e se for na mesma cama melhor. Se não for, fica um na cama outro no sofá, mas não há problema, porque ninguém vê, e assim se vai vivendo, no lar doce lar, dentro das quatro paredes. Conclui-se ainda, que mesmo alargando o âmbito da nossa análise, e recuando a tempos de outrora, a fidelidade era também um caso sério, daqueles muito sérios, com outras nuances de fundo, mas sério. Enfim, é um problema abrangente.
A par de tudo o que se acha, e o que se lê sobre este assunto, eu, sempre muito ciente e clara, e fiel ás minha ideias, bato no mesmo ponto. Constatei ainda nas minhas leituras, que há mais gente a pensar assim, o que me faz sentir deveras acompanhada. Parece-me muito melhor, a fidelidade de carácter, de gente, de atitude. A fidelidade a nós mesmo, e a busca da felicidade, que duvido muito que esteja, nas facadas constantes ao matrimónio. O não estarmos bem, vamos mudar, em vez de enganar, soa-me bem que se farta. A quem não se adaptar a esta minha teoria, faça o favor de ser infiel à vontade, onde bem lhe apetecer. Se no final de contas, ficar tudo satisfeito, parece-me a mim muito bem. Já sabem que eu sou da boa paz. Falo falo, falo falo, mas sou da boa paz. Sou é fiel, pronto.
Nem imaginas as conversas que tenho tido ultimamente sobre o assunto. E confesso que ando horrorizada, assustada e nada esperançosa no que diz respeito às relações.
ResponderEliminarOuvi outro dia, que o ser humano não é monogamo, e que os que são, são uma evolução da especie (daí aquele estudo que dizia que os homens fieis são mais inteligentes do que os infieis).
Conheço poucos homens assim, que sabem o que querem e que são fieis. O meu cunhado é um deles e um ou outro amigo. De resto, só ouço histórias destas. Pior é que eles não terminam os relacionamentos quando eles estao mal, mesmo quando se encantam ou apaixonam por outra mulher (sim, já estive deste lado também). Traem, e no fim ficam com a mesma situação. E falo dos homens, mas também há mulheres assim, embora em muito menor quantidade e todos sabemos bem disso.
Posto isto, não sei se tenho de me adaptar aos novos tempos ou se fico para trás...
Beijinhos
Subscrevo a afirmação sobre os cães, e com algumas reservas, pois nem todos os cães são iguais. Bom resto de domingo :)
ResponderEliminarNem tudo que reluz é ouro. Nem tudo é o que parece ser, portanto, se se dorme na cama ou no sofá é irrelevante, basta que não se quebre o protocolo da hipocrisia social.
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