Ontem apanho o Pacheco Pereira num qualquer canal, que não me lembro qual. Independentemente de simpatizar ou não com a Figura Política, foca um assunto, de forma muito pertinente, que me atinge amiúde. A publicação exagerada da desgraça. Sei que por vezes, os limites parecem ténues. Sei que recentemente, e a nível mundial, se tem assistido a um conjunto de tragédias, na verdadeira acepção da palavra, que potenciam este fenómeno. Sei que o Jornalismo, tem como função, a transmissão da informação de forma fidedigna, real, e precisa.
Parece-me, no entanto, que muitas das vezes, o jornalismo que se faz, entra, perigosamente, no sensacionalismo. Na exploração do sofrimento alheio, de forma atroz, e completamente desnecessária.
A mim, como pessoa, perturba-me esta crueza barata. Sou suspeita, eu sei. Eu que prezo a intimidade e o resguardo, em momentos de sofrimento, só posso mesmo agonizar perante determinados cenários. Ontem, por exemplo, no Jornal da uma, assisto a uma Idosa, na Ilha da Madeira, que agradece a Nossa Senhora da Conceição o facto de estar viva. Num momento intimo, que veio ao Mundo, não sei porquê. Como estabelecer o limite? Julgo que seria fácil, usando o bom senso. Transmitir a realidade, sim, claro, mas de uma forma digna. Não quero dizer que não se transmitam os factos reais. Onde há morte e destruição, há morte e destruição, ponto. Que pode revelar-se, de forma clara, sem exageros de exposição. Sem se entrar no íntimo de quem já sofre. Não gosto dessas abordagens. Mesmo nada.
Ontem, perante a reza mudei de canal, claro. Por respeito a ela, e por respeito a mim. Como de resto, faço muitas vezes.
Partilho da tua opinião também. O sensacionalismo barato funciona muito bem para quem em vez de olhar para o próprio umbigo, olha para o dos outros.
ResponderEliminarPois, concordo contigo e também eu mudo tantas, mas tantas vezes de canal.
ResponderEliminarMas a realidade é que o povo gosta é da desgraça alheia, já diz o venho ditado que "pimenta no traseiros dos outros, para nós é refresco".
Não dá para mim, não mesmo.
Bjs
Para além de toda a tragédia que aconteceu, o importante é que a Ilha da Madeira vai recuperar da tragédia e vai continuar a ser a pérola do Atlântico.
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