sexta-feira, 24 de setembro de 2010

De quando ser um bocadinho mais débil, também pode ser bom...

"Ela era “exactamente o que eu procurava, uma porca que se tinha casado por dinheiro e a quem eu podia fazer a cabeça facilmente”, escreveu o homem antes de se suicidar na prisão.

A condenação de Teresa Lewis provocou uma intensa mobilização na qual participaram grupos ligados à saúde mental e representantes da União Europeia. Para além do seu baixo coeficiente de inteligência, dizem os defensores de que lhe fosse poupada a vida, Lewis sofria de uma perturbação da personalidade que a tornava dependente."

No público online de hoje

Apesar do drama de alguns crimes, violentos ao ponto de quase se julgar ser melhor matar, acabar com o mal pela raiz, exterminar quem pratica, retirar vidas assim, parece-me a mim um assunto por demais delicado, para alguém decidir com base em leis, juízos de valor, e neste caso, uma avaliação de QI, que a ser dois pontos percentuais mais baixa, a teria deixado viva. Tinha 72, a ter 70, seria considerada portadora de deficiência mental, ou seja, inimputável, e consequentemente poupada à morte. Tendo ainda em conta que as avaliações de Quocientes de Inteligência, não nos dão informações absolutas, e cem porcento fidedignas, o assunto assume maior delicadeza. Juntamos ainda o facto, de Teresa Lewis ser portadora de uma perturbação de personalidade que a tornava dependente, o que acentua a sua estrutura de fragilidade, facilmente manipulável.

Nem me cabe a mim analisar procedimentos Jurídicos, aqui ou em qualquer outro sítio, que a isso me recuso, que de resto, nem possuo os instrumentos necessários para tal procedimento, e como tal, todo e qualquer juízo por mim emitido, seria débil.
Tenho porém o direito de me insurgir contra penas que atentam vidas que poderão estar inocentes, ou pouco culpadas ou o que se possa chamar, e que, mais uma vez refiro, reflectem pareceres de sociedades isoladas, que o crime, a ser praticado aqui, não teria tão dramática consequência, que se assume, a meu ver, como o maior manifestação do poder do Homem sobre outrem, sem direito a isso, porque lhe tira a vida, como se a nós, comuns mortais, nos fosse cabido julgar um bem tão precioso. Esforço-me, mas nem assim concebo.
E se a mim me disserem que faria eu, em caso de crime próximo, que me perturbasse, e algo de extrema importância me levasse, respondo o mesmo de sempre. A justiça na sociedade, deve controlar os perigos, e prevenir o futuro. Se esse direito me fosse garantido, se tal pessoa não mais pudesse voltar a magoar, para mim, chegaria, ou pelo menos assim o julgo, que não gosto de expressões demasiados fortes, quando nem conheço os sentimentos.
Bem sei que outros problemas se levantam, ligados a prisões perpétuas, custos ao estado, apoio aos presidiários, enfim, que não os debato agora, mas tenho-os em consciência. Mas ainda que surjam estas problemáticas, julgo ser prudente encararmos, que a sociedade deverá ser suficientemente capaz de os gerir, procurar soluções e avançar, sem precisar de matar. É que não gosto mesmo nada desta palavra, é um facto.

1 comentário:

  1. Na verdade é uma vergonha que em pleno séc. XXI ainda exista pena de morte. Mas, é um facto também, que está de acordo com o nosso fraco crescimento como seres humanos...

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