quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Quase sem palavras. Ou de como se pode pertencer a alguém...

E eis que se me queixa dos filhos, que intervieram na briga iniciada com a mãe, que verbalizou um impropério que não devia, pois claro que não devia, que mulher é obediente, não se pense cá que em tempos idos, as mulheres faltavam ao respeito ao marido como agora, fosse em actos, fosse em palavras, era o que mais faltava. Tinha as costas aquecidas pela proximidade da descendência, foi o que foi, por norma longe, mas na altura por cá, que era tempo de férias e o mês de Agosto é para se passar em Portugal, ou não fora ele o mais desejado do ano. Meu querido mês de Agosto.
Pois que viram, que estavam ali na beira, pois que se indignaram, e pois que intervieram de forma acesa, por forma a travar o velho de oitenta, que mais não ia fazer, do que dar um açoite à sua Senhora, que bem merecia, a ingrata chocalheira. Açoite, nem seria, seria sim uma mangueirada, que a mangueira estava-lhe ao alcance da mão na hora da fúria, que mais se faça. Nestas horas, todos sabemos, que não se responde pelos actos, que podem surgir exacerbados, e pode-se até quiçá, cometer alguma loucura, que a hora da fúria tem esta particularidade, de deixar os Homens fora de si, cegos de vista e de alma, e poderosos de força de mãos, a fim de desanuviarem as suas entranhas, em quem quer que seja, que se lhe atravesse à frente.
Ainda para mais, remata-me já bem no fim, a Mulher é dele, e ele faz-lhe o que bem entender. Nem era nada de mais, era somente um açoite, mangueirada, o que for, mas nem sequer ia matá-la. Até podia, que ela é dele. Mas ele nem sequer ia fazê-lo.

3 comentários:

  1. Quero comentar mas nem consigo tal é a estupefacção ...

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  2. Se não fosse triste o que relatas, porque o é, sugeria-te que fosses a Youtube, escutar a rábula - o meu gatuno.

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  3. Olha, eu nem comento que é para ver se não dou uma mangueirada em alguém!...

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