terça-feira, 14 de setembro de 2010

Escolhas


Já fiz mais do que muitas por esta vida fora, umas mais certas que outras, bem sei. Escolher é uma das árduas tarefas que alguém nos atribuiu, nomeadamente quando se tratam de opções determinantes ao percurso da vida. Lembro-me sempre de ouvir gentes que se lamentam eternamente por escolhas mal escolhidas, uns remedeiam, outros não, depende.
Na grande maioria das vezes, nem nos apercebemos do carácter de escolha, porque o fazemos naturalmente, quando o ganho ou a perca nem são substanciais. Depois existem as grandes, que me lembram sempre o filme A Escolha de Sofia, num limite supremo, de se pedir a uma mãe que escolha um dos filhos para a morte. Um pesadelo. Nem imagino tal provação, ainda que tenha a distante consciência do que trará de arrasto, longe, por certo muito longe da realidade, que a imaginação do alheio, a tanto nos transporta, mas fica aquém, sei-o por outras experiências, de digna fidelidade. Admitindo que nos nossos dias e caminhos, as escolhas não surjam de forma tão ingrata e desumana, existem dias, horas, minutos, ou até, quem sabe, segundos, onde as escolhas se nos assumem como um dilema de morte, um vamos ou não, que nos acarta ao colo para todo o sempre. Os prós e os contras que tanto ensino, de pouco me valem, que não sei se sabem, mas em casa de ferreiro o espeto é de pau, e a minha lista não tem conclusões.

3 comentários:

  1. Olá
    Permita-me dizer o seguinte...
    Costumo passar por aqui e, embora nunca tenha comentado, este post fez-me sorrir.
    É que há tanta gente neste mundo que não tem hipotese de escolha possível!
    Há tanta gente que tem essa hipotese e dela foge a sete pés...
    E depois há ainda aqueles que não escolhem porque não sabem que têm essa opção...ou aqueles que seguem escolhas alheias (e às vezes até agradecem ou veneram quem escolhe por eles)...
    Diz-me a experiência (que não é assim tanta...) que fazer escolhas é coisa de adulto, ou seja, não importa, em termos de evolução pessoal fazer "A" escolha certa...o que releva é fazê-la, quando estamos conscientes que deverá ter lugar na nossa vida.
    Se dará certo ou errado, se acaba por servir, ou não servir os nossos interesses, os nossos desejos... é o risco que convem estarmos preparados para assumir.
    Pode parecer um "cliché" mas na realidade se tivessemos por certo o resultado das escolhas que fazemos, a vida seria apenas um "script", onde cada acontecimento dava a deixa a mais uma "escolha acertada".
    Para finalizar, que isto já vai longo, explico porque motivo sorri quando li este seu post.
    Não foi um gesto de superioridade ou de pose.
    Antes sorri porque me senti acompanhada no meu esforço (porque é muitas vezes um esforço) de escolher por mim, pensando com a minha própria cabeça.
    Porque de certa forma me vi "ao espelho" e porque vendo.me senti uma ternura enorme pelos erros que terei cometido escolhendo.Pois sei que se os "fiz" foi para não me trair a mim mesma.
    Isto faz algum sentido para si?
    Enfim aqui lhe devolvo o sorriso que me causou.

    Parabéns pelo blog!
    Ana F.

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  2. Ana F., faz todo o sentido todo o texto que escreveu, incluindo, ou melhor, muito especialmente, a parte em que refere a necessidade de sermos adultos, para proceder às escolhas. Obrigada, mil sorrisos e volte sempre.

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  3. Uma das formas que por vezes encontro, quando existe dilema na escolha, é ir riscando, excluindo, mas isso não significa que o elemento que vai ficando, seja, a escolha.
    (Tens sorrisos no comentário ao comentário que me fizes-te, vai lá cuscar)

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