terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Crise ( Ups, que palavra meu Deus)

Vi-a hoje como tantas vezes, logo de manhã. Na cabeça, um gorro de malha grosseiro de cor castanha, arruma-lhe os parcos cabelos e aquece-lhe as orelhas. Um casaco do mesmo tom abafa-lhe o resto de um corpo já velho, mas ainda muito ágil. Passeia-se pela cidade enquanto sorri a toda a gente, nos dias bons claro, virando a cara nos outros, que são alguns. No fundo aqui como em tudo, e não obstante a figura um tanto ou quanto caricata, e a mente significativamente desadaptada, é igual a todos nós (e quem sabe nisso também). Lá dentro do cérebro, vai sempre uma crise, que se verbaliza todos os dias, a todas as pessoas que encontra. - É a crise, é a crise!! A crise da boleia que lhe falta para ir à terra, a crise da mãe já velha que lhe cortou o telefone, a crise do frio, a crise de alguém que morreu antes do tempo. Natércia não tem disso conhecimento, mas cada vez mais tem mais razão na expressão que a acompanhou vida fora. Quem sabe até estamos na presença de algum ser premonitório, uma raridade na humanidade.
Estamos em crise (Juro? Juro!). De dinheiro, de valores, de ambições. Todos ou quase sofremos de pelo menos uma.

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