domingo, 15 de janeiro de 2012

Lagarta

Arrumei os paus com alguma destreza. A necessidade aguça o engenho, sempre ouvi, e afinal parece que é mesmo verdade. Tempos houve em que a habilidades escasseava. Os troncos eram mal erguidos, as pinhas colocadas fora de sítio. Uma miséria prontamente acudida, dai tê-lo sido tanto tempo. Hoje nada assim é. Um atrás a fazer suporte, outros na frente, tocando um no outro, e no meio as pinhas e uma pequena acendalha que me ajuda no processo. A minhoca saiu não sei de onde. Tentei soprá-la, não me estava a agradar assá-la ali, e dar cabo do lume também não me aprazia muito. Fico a olhá-la a subir os tijolos laranja, devagarinho, e penso, safou-se. De repente, não sei que ideia lhe acudiu ao corpo, deu meia volta e voltou para trás, indo enfiar-se mesmo atrás do tronco já em chamas. Das duas uma, ou está farta disto, o que eu compreendo perfeitamente, que a vida de minhoca em tronco de lenha não deve ser fácil, ou então é burra e eu estou muito desiludida com ela. Tenho uma dificuldade tremenda em compreender burrices. Mesmo em lagartas.

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